sábado, 19 de março de 2011

Navalha na carne - Superinteressante

Navalha na carne - Superinteressante

Revista Mal Estar e Subjetividade

"Corpo-mercadoria", sob controle e punição: prenúncios de uma subjetividade aniquilada?


Transitando por uma concepção histórica do corpo

[...] o controle da sociedade sobre os indivíduos não se opera simplesmente pela consciência ou pela ideologia, mas começa no corpo, com o corpo. Foi no biológico, no somático, no corporal que antes de tudo investiu a sociedade capitalista. O corpo é uma realidade biopolítica. (Foucault, 1986, p. 80)

Com o propósito de atingir o objeto deste estudo de tal forma que, sem fazer reducionismos, pudéssemos superar as neutralidades exigidas pela ciência, embasamos a pesquisa em questão na visão de homem em que este é concebido como ser que constrói e é construído na relação com o outro, via cultura (Leontiev, 1978). Portanto, partiremos do pressuposto de que os valores, percepções e ações dos homens estão sempre permeados e relacionados à forma como as sociedades se organizam em cada momento histórico. Neste sentido, entendemos que as concepções de corpo - ideais corporais construídas pelos homens - estruturaram-se e diferenciaram-se nas várias sociedades e períodos históricos.

A partir dessas idéias, compreendemos a importância de pontuar brevemente as concepções de corpo que receberam adesão em alguns períodos históricos, tendo por intuito localizar o processo degenerativo do ser-homem, construído historicamente, que resultou neste corpo, hipercotado na contemporaneidade mas, contraditoriamente, tão violentado.

Iniciaremos esta localização histórica das concepções de corpo pela sociedade grega, por ser esta considerada o apogeu, um marco do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade que influencia e permeia a ciência - o conhecimento e seu poder - desde sua gênese. Sob este olhar, indicamos a concepção de corpo grega como um referencial de integridade, já que essa sociedade depositava no corpo um grande valor.Na sociedade em questão, o corpo era valorizado e concebido enquanto uma totalidade: a carne (sistema biológico e mente) e essência, que caracterizaria a potencialidade humana para a razão, aprendizagem e criação. Em outras palavras, o corpo era concebido em sua natureza humana, como uma unidade, sem dualismos nem reducionismos.

Esta concepção de corpo refletia seus ideais nos exercícios físicos praticados pelos gregos, os quais naquele período estavam associados não só ao fortalecimento corporal, mas também a outros atributos intelectuais, a saber, a música, a filosofia e a política, e por isso eram estimulados pela sociedade por possibilitar o desenvolvimento qualitativo e a autonomia própria da natureza humana, do corpo enquanto uma totalidade.

Com o declínio da Grécia e a ascensão do Império Romano, novos sistemas filosóficos - como o epicurista e o estoicista - ganharam força, pregando a eminência do corpo e subalternizando o espiritual (o imaterial dos seres), prevalecendo assim um reducionismo da natureza humana à sua corporeidade/materialidade. Reflexo disto foi o caráter utilitarista que assumiram as práticas corporais no Império Romano, voltadas essencialmente à guerra. Assim, a natureza humana se fragmenta, o corpo ganha o significado de excelência e os atributos espirituais ficam relegados a um segundo plano.

Com a decadência romana, o cristianismo ganhou força no século VIII, delimitando o início da Idade Média. Este nascente ideal, o cristão, marcou uma importante e profunda cisão entre corpo e mente, que foi, na modernidade, potencializada. A natureza humana, o corpo em sua integridade, foi execrada. O corpo passa a ser considerado um empecilho ao homem na conquista da contemplação divina. Destarte o corpo foi subjugado e desprezado, visto como depreciador do indivíduo, identificado como algo pecaminoso a ser castigado.

Nesse período, a valorização da idéia de alma e a procura por uma proximidade com Deus justificaram uma intensa abnegação e privação com relação ao corpo, tido como morada do "diabo", como também justificaram massacres dos que autonomamente escapavam a esses códigos moral-religiosos. Vale pontuar que o temor em relação ao (des)conhecido, amparado pelas ideologias cristãs, garantiu a subserviência dos indivíduos aos mitos da Idade Média e, conseqüentemente, a manutenção da concentração de poder e das riquezas nas mãos de alguns poucos privilegiados, que inclusive usufruíam dos "prazeres da carne".

Com o advento do Renascimento a Igreja Católica perdeu força, e a idéia de "liberdade" conquistada por meio da razão e do conhecimento preponderou com o Iluminismo, enunciador da era moderna. O que este movimento libertador propunha era a possibilidade de o homem dominar a natureza por meio do conhecimento, buscando livrá-lo dos medos do desconhecido e elevá-lo a condição de senhor de si.

Assim, as possibilidades de conhecimento, que passaram a se expandir e a consolidar novas ciências, outrora repreendidas e abafadas pela Igreja, e que visavam libertar os homens dos mitos da Idade Média, acabaram sendo pervertidas; ou seja, o ideário burguês de eliminar, por meio do conhecimento, as amarras impostas pelos mitos, caiu por terra quando a própria burguesia trouxe para si o poder de produzir o conhecimento para manipular e adestrar as classes desfavorecidas em prol de interesses econômicos. Assim, a modernidade produziu mitos ainda mais cruéis.

Permeado por este contexto, o corpo deixou de ser negado e silenciado pela religião, entretanto, tornou-se puro instrumento da produção - força de trabalho - e foi submetido a um adestramento dos seus movimentos em prol da necessidade de manutenção da produção industrial, regido pelas leis da ciência. O caráter utilitarista do corpo, que marcou o período romano, retornou então na modernidade com um diferencial perverso: os atributos intelectuais/espirituais não eram mais apenas ignorados, eram usados pelos detentores do poder hegemônico/econômico, para dominar o restante da população. Assim sendo, o corpo ganhou uma concepção positivista e reificada: passou a ser visto como propriedade privada passível de controle - submisso agora ao Capital. Vale pontuar que estes "mitos da modernidade" acabaram lançando as bases da contemporânea concepção de corpo, a qual nos dedicaremos a ampliar na análise que se segue.

Julgamos necessário enfatizar que este breve resgate é de grande valia na busca de uma compreensão dos ideais corporais contemporâneos, ao suscitar uma importante conseqüência histórica - uma inversão de valores da Grécia à modernidade: de uma totalidade corpo-natureza cuidada e valorizada a um abismo entre corpo e mente, uma clara anulação e fragmentação da natureza humana em prol do Capital.



Racionalidade técnica, corpo e eficácia: novas amarras que mortificam os indivíduos

A partir das idéias iluministas, marcadas pela ânsia humana de domínio da natureza, o homem acabou por alienar-se ao propor/aceitar mecanismos de controle e de manipulação da própria natureza humana. Um desses mecanismos seria a Indústria Cultural (Adorno e Horkheimer, 1969/1985). Esta alienação e a conseqüente submissão da natureza humana só foram possíveis a partir das bases dualísticas deixadas pela história no que diz respeito ao corpo humano e pela tentativa de compreensão do mundo pautado na técnica. Segundo Adorno e Horkheimer (1969/1985), esta forma de compreender o mundo caracterizaria o que eles chamariam de razão instrumental, base da ciência: o mundo e o corpo passam a ser manejáveis por meio de leis gerais que minimizam - se não eliminam - a sua complexidade. Seria esta compreensão fragmentadora da realidade, pautada no princípio da técnica - ser eficaz, indiferente aos meios ou à amplitude/complexidade dos processos que estão em jogo - que vem permitindo um uso perverso do corpo na manutenção do sistema social vigente.

O corpo contemporâneo então, fragmentado, pois submetido à técnica, está marcado por "sua reificação, sua transformação em objeto manipulável, operável, medido, programado" (Vaz, 2004, p.122). Isto anuncia uma concepção de corpo estruturada pela Indústria Cultural e pela técnica a favor de uma lógica mercadológica respaldada pela ciência. Sob estas condições, o abismo que separa os homens de sua natureza, de sua essência (ou até de sua subjetividade) se aprofunda.

O papel da indústria cultural, neste caso, é levar os corpos à condição de eficácia! Para que não nos esqueçamos, ser eficaz no "mundo neoliberal" é estar atrelado à lógica consumista e competitiva. A respeito disto, Sibilia (2006) nos dá elementos para pensar sobre este objetivo da indústria cultural quando se vale de uma possível concepção de corpo proveniente da mensagem deixada pelos desfiles de moda - um dos símbolos do consumismo que marca a cultura contemporânea. A mensagem é clara: não se visa apenas apresentar modelos de roupas a serem consumidos, mas também e quase exclusivamente, apresentar modelos de corpos exemplares a serem copiados e exibidos, tudo em nome do consumo, "corpos extremamente jovens, delgados e pulcros" que "com o semblante altivo, ostentam suas figuras como frutos vitoriosos de uma abnegação que todos deveríamos emular: dietas, malhação, cirurgias plásticas, e toda uma cartilha de cuidados e privações." (Sibilia, 2006, p. 39).

Ainda sob este viés é possível observar hoje "[...] o corpo se tornando cada vez mais carregado de conotações: liberado física e sexualmente na publicidade, na moda, nos filmes e romances; cultivado higiênica, dietética e terapeuticamente; objeto de obsessão de juventude, elegância e cuidados" (Courtine, 1995, p.45)

Está se tratando aqui de uma cultura que condena os indivíduos e seus corpos a uma hiperinflação de estimulações sensoriais concorrentes (Lastória, 2004). Baseada na sedução do prazer sensorial, mas principalmente visual, a Indústria Cultural (amparada pela cultura contemporânea) vende seus produtos de rápida obsolescência - assim como coloca os indivíduos numa posição de produto/mercadoria a ser visualizada e cumprir as mesmas funções de seduçãoa. A partir disto, o corpo hoje, assim como uma mercadoria, só tem valor se tiver uma ótima aparência, se sobressair aos demais, se for desejado, cobiçado e até idealizado. Os "corpos-indivíduos-imagens" entram em um nível importante de concorrência, inveja e destruição: vende mais quem der mais ibope e então, "que vença o melhor"!

Neste sentido, a instauração da imagem como um imperativo mantém os indivíduos relacionando-se, vinculando-se ao corpo apenas como exterioridade: superficialidade. Podemos pensar que a idéia de corpo hoje parece se resumir na imagem corpórea - o corpo restringe-se a uma bela embalagem cujo conteúdo não tem valor psicossociocultural. É importante pontuar que estas "embalagens" são reflexos tanto dos esquemas de produção em massa como das regras da sociedade de consumo, portanto são padronizadas e descartáveis. Corpo moldado, corpo da moda: mais um produto de consumo.

Segundo Silva (2001, p.60), é nas propagandas que por meio de "[...] imagens de juventude em liberdade, imagens de opulência e saúde, temperadas pelo erotismo, para vender os mais diversos produtos (...) o corpo assume os traços dessas imagens e dos artigos ali veiculados", mas trata-se apenas de uma "[...] expectativa imaginária do corpo, apenas desejada e não existente, como todo o universo da mídia". A Indústria Cultural apresenta imagens que nem sempre são fiéis aos objetos a que se referem e constantemente estão recobertas de glamour. Isto caracteriza a não-materialização total desta imagem que nos é passada, é uma imagem virtual - esvaziada - e fragmentada.

O glamour destrói a autenticidade e a verdade do objeto real, no caso apaga a fragilidade (mas também a potencialidade) corpórea. A imagem é manipulada de acordo com interesses socioeconômicos, que, sedutoramente, lançam suas promessas aos telespectadores - inebriados pelo esplendor do espetáculo de exibição de corpos. Em meio a este jogo de imagens, a visão - sentido excessivamente estimulado - nos dá noções apenas superficiais, o "contato" com a embalagem: corpo-embalagem. A subjetividade é então esmagada e a imagem corpórea parece ser a única forma possível de adquirir presença nesta sociedade do espetáculo (Debord, 2000).

A alienação do espectador em favor do objeto contemplado (o que resulta de sua própria atividade inconsciente) se expressa assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende sua própria existência e seu próprio desejo. Em relação ao homem que age, a exterioridade do espetáculo aparece no fato de seus próprios gestos já não serem seus, mas de um outro que os representa por ele. É por isso que o espectador não se sente em casa em lugar algum, pois o espetáculo está em toda a parte. (Debord, 2000, p.24)

Este corpo, construído historicamente e alicerçado em interesses socioeconômicos, vem viabilizando a fácil adesão dos indivíduos à cultura de massas (Adorno, 1986), o que culmina em um desconhecimento e estranhamento das percepções corporais, desejos e até ações constitutivas do indivíduo em sua singularidade. Os indivíduos, então, atomizados/padronizados, apesar de acreditarem conhecer e dominar tanto o próprio corpo quanto a imagem exibida por este, parecem cada vez mais se distanciar de uma consciência referente aos seus próprios limites e território corporal.

Enfim, podemos pensar que este corpo da contemporaneidade, impotente e tiranizado pelas amarras do consumo e do espetáculo, ganha o feitio desvelado de "máscara mortuária" (Adorno, 1986). Assim, a idéia da perfeita aparência usada de forma ideológica parece estar produzindo "corpos mortificados" em sua humanidade, mortificados em sua autenticidade, autonomia e integridade. Trata-se de imagens corpóreas esplendorosas, cuidadosamente recriadas e moldadas, mas sem recheio, com uma escassez importante de valores e vida interna.

Questionamos então: esta hipervalorização contemporânea da imagem corpórea, alicerçada na racionalidade técnica, não seria um retrato deste contexto de massificação (e mortificação) dos indivíduos? Certamente, a concepção contemporânea de corpo está presa a uma espécie de corpolatria dos indivíduos consumidores, o que, segundo Costa (2004, p. 20), seria uma "[...] forma de ascese humanamente pobre e socialmente fútil", em que o "[...] interesse pelo corpo começa e termina nele [...]" - reféns da aparência.

Mas podemos ampliar ainda mais! Se os outros indivíduos-corpos são concorrentes potenciais que ameaçam o reconhecimento social do indivíduo (que se dá hoje pela aparência de "ser"), dificilmente haverá um direcionamento da libido nos pares, as identificações são restritas e muitas vezes ficam voltadas a objetos de consumo: "corpos solitários"! Para fechar este quadro, os indivíduos que tanto buscam bastar-se a si... não são capazes de confiar ao menos no próprio corpo - o que parece anunciar uma falha narcísica importante.

Deixaremos por ora apenas a pergunta: que conseqüências esta falha carrega em seu bojo e quais serão as seqüelas destas para o indivíduo contemporâneo? Segundo Abeche (2003):

Limitar a vida psíquica a essa exterioridade e estreitamento imagético aumenta a fragilidade de cada indivíduo, jogando-o na impotência provocada diante da não-compreensão da complexidade do real. A ideologia encontra nessa fragilidade dos processos psíquicos o suporte para o arbítrio autoritário da sociedade de consumo, que no lugar de acionar as instâncias psíquicas superiores, [pensamento, discernimento, julgamento...] deixa o indivíduo entregue a elementos regressivos de sua irracionalidade.



Saúde: uma dolorosa e infindável busca pelo bem-estar perdido.

Vivemos, então, um período histórico-cultural marcado pelo despertar de um interesse pela aparência corporal tomada como sinônimo de felicidade e bem-estar físico e social, havendo inúmeras ideologias que sustentam tais idéias. O conceito de saúde parece estar sendo, em meio a este movimento, esvaziado de significado, ganhando então uma conotação mercadológica e funcionando como amparo ou justificativa a práticas violentas e invasivas referentes ao corpo.

A aparência é que determina o estado do indivíduo e o tipo de relações que ele estabelece em sociedade e consigo mesmo; a aparência de saúde [mesmo que mantida por um transtorno alimentar, por exemplo] determina a condição de saúde e justifica qualquer intervenção sobre o corpo [procedimentos cirúrgicos, próteses, lipoaspirações, etc.], justifica a criação e uso das mais diferentes tecnologias do corpo: parecer bem determina o estar bem. (Silva, 2001, p.65)

A cirurgia plástica aparece neste contexto como uma das saídas apontadas pela ciência, em prol de uma estética estandardizada e até totalitária. Certamente, estes procedimentos podem servir de amparo a quem sofre com problemas orgânicos e dores que afetam tanto a vida social como a psíquica: não se pode negar a importância da ciência em nossas vidas, mas o intuito no presente artigo é alertar sobre seu mau uso - seu uso ideológico. Por exemplo, balões ou cirurgias de redução de estomago podem significar um alívio a quem sofre com problemas orgânicos significativos conseqüentes do excesso de peso, mas também podem anunciar uma compulsão à busca de um ideal de magreza. Para eliminar as "gordurinhas" e aumentar a longevidade, dietas mirabolantes, lipoaspiração, uma infinidade de produtos light e uma febre por produtos considerados naturais nos são apresentados. O fato é que não devemos desconsiderar os riscos de vida que entram em jogo, quando se trata de um procedimento cirúrgico. Encabeçar-se nestes procedimentos de forma inconseqüente, sem cautela, não identificando os próprios desejos, é estar/manter-se alienado do seu real sofrimento, por meio da tecnociência e da Indústria Cultural.

Vale constatar que estes procedimentos compõem uma parcela grande do mercado, extremamente lucrativa e por isso são estimulados pela mídia e endossados como a solução para todos os problemas e sofrimentos. Ocultam assim um sofrimento real, imposto por um contexto sociocultural violento e ameaçador que vai além de "defeitos" físicos destoantes do padrão cultural. Contudo, reconhecemos que o sentimento de exclusão gerado por uma não-aceitação social do corpo caracteriza também um sofrimento concreto. O risco é submeter-se a tais apelos autoritários sobre os corpos, já que os procedimentos cirúrgicos por vezes envolvem mudanças extremas que podem afetar de forma significativa a imagem corporal que marca a identidade individual.

Deixar-se capturar pelo império imagético e pela tirania de uma imagem corporal preponderante e ideal, crendo que com isto se suprirá o vazio existencial e identitário - condição da contemporânea sociedade de consumo - é deixar-se levar pela imagem, pela aparência, pela sensação e desvalorizar a essência, os próprios desejos e o pensar. É ainda anular a possibilidade de confrontar esta condição violenta da contemporaneidade: o "esvaziamento" dos indivíduos proporcionado pela sociedade de consumo, com o objetivo de preenchê-los de ideais, modelos, valores e até objetos compráveis, descartáveis e substituíveis - mercadorias, condição incompatível com a humana, com a necessária estabilidade e concretude identitária, com a possibilidade de individuação.

Por influência desse mesmo grande filão do mercado atual (culto a um padrão cultural de corpo perfeito), encontramos ainda os corpos suados, doloridos, anabolizados, medicalizados, visando a uma alta performance ou ao acúmulo muscular rápido dentro das academias. Tudo pela aparência de alguém "saudável", malhado. Os indivíduos parecem submeter seu corpo a "novas máquinas de tortura", tortura auto-imposta e simplesmente voluntária! Não queremos com isto negar a importância dos exercícios físicos, mas escancarar para quem quiser ver, um nível alto de violência impingida aos corpos, explícita "[...] no excesso, no desempenho, na redundância, na representação, na mutilação e na dor" (Vaz, 2004, p.128). Submeter o próprio corpo a horas intermináveis de musculação dentro de uma academia visando à prática de fisiculturismob e halterofilismoc; levar o corpo à exaustão por uma compulsão pelos exercícios físicos; adquirir vigorexia - dependência de exercício físico; exercitar-se madrugada a dentro, anulando a necessidade fisiológica de algumas boas horas de sono - são reflexos desta violência contra o corpo.

Vale constatar a nova "onda" das academias de expor seus clientes em vitrines tal qual mercadorias a serem cobiçadas; elas têm como fachada grandes vidros, por meio dos quais divulgam toda a movimentação interna. Podemos supor que esta vitrine, além de comprovar a eficácia do que as academias oferecem, possa vir a suprir uma necessidade narcísica individual, mas pode ainda acarretar uma humilhação do individuo que não atinge a expectativa que o olhar do outro aguça, ou pode também motivar o indivíduo a procurar prover esta expectativa (independente de seu real desejo) - de qualquer forma, presentificando o sofrimento da violência contra os corpos.

Entendemos estar também esta violência presente quando as séries repetitivas e exaustivas de exercícios nos aparelhos das academias têm por finalidade única o aumento da massa muscular: parecem reproduzir os movimentos alienantes do trabalho mecânico dentro das indústrias sobre as esteiras de produção "de massa", tudo para ficar "bombado". Se encarados desta forma, os exercícios físicos na atualidade eliminam a possibilidade de valer-se da criatividade ou ainda de estar associado à política ou à arte, como na Grécia Antiga. Eles não se associam a nenhum fim elevado socialmente ou a qualquer finalidade coletiva, mas sim, a fins individualistas e não pensantes. Não é à toa que a disciplina de Educação Física se tornou obrigatória no período da Ditadura Militar de 1964. Ambas as situações parecem ter similar função de desviar para o corpo a atenção e os esforços, minimizando a potência da razão, o que culmina numa importante alienação mantenedora do status quo.

Segundo Courtine (1995, p. 86), "[...] a autodisciplina da transpiração, todo este trabalho feito nas máquinas de musculação, são os usos em espelho, similares e invertidos, das atividades cotidianas de preenchimentos de carrinhos de supermercado e de incorporação de alimentos.". Em outras palavras, a sociedade atual, pautada no neoliberalismo e considerada por muitos autores uma sociedade hedonista, que busca o prazer do consumo desenfreado, acrescentou a seus valores a disciplina e o controle corporal (Ortega, 2002), de forma mutiladora. Ambos os valores, aparentemente contraditórios, são sustentados por uma indústria, por um mercado e um conjunto de práticas de massa (Courtine, 1995), enfim, pela Indústria Cultural. Como assinala Ortega (2002): "a compulsão consumista foi canalizada para os produtos de saúde, fitness e beleza".

Então, hoje se vende saúde e juventude, "promessa fascinante de diversas épocas da civilização, mas foi na atual que conseguiu conquistar espaço inédito na mídia e uma banalização importante no cotidiano" (Sant'anna, 2001, p.18). É como se a ciência tivesse produzindo a vida e a mídia a estivesse vendendo; como se a mídia nos dissesse agora "a vida está na moda" (Ibidem), mas para tê-la é preciso aderir ao consumo proposto pelo grande "mercado do (suposto) bem-estar" - indústrias de cosméticos, vestuários, acessórios, etc.; laboratórios farmacológicos e a ciência com suas inovações médicas e tecnológicas. Neste sentido, Adorno (1951/1993, p.7) nos obriga à reflexão ao identificar que:

Aquilo que "vida" significava outrora para os filósofos passou a fazer parte da esfera privada e, mais tarde ainda, da esfera do mero consumo, que o processo de produção material arrasta consigo como um apêndice sem autonomia e sem vida própria. Quem quiser saber a verdade acerca da vida imediata tem que investigar sua configuração alienada (...) O olhar lançado à vida transformou-se em ideologia, que tenta nos iludir escondendo o fato de que não há mais vida.

Neste sentido, vale constatar que a medicina, área de estudo que pressupõe o cuidado com a vida humana, vem se desdobrando na contemporaneidade e possibilitando espaço à denominada medicina do esporte, que seria uma especialização da medicina que se fixa em questões como forma, composição e performance corporal e a partir deste foco propõe tabelas padronizadas determinando equações e correlações ideais, bem como a obtenção do melhor rendimento físico, principalmente aquele necessário ao "esporte espetáculo e de alto nível" (Silva, 2001, p.19)

Silva (2001) aponta constantemente, em seu livro "Corpo, ciência e mercado", pesquisas da área de medicina do esporte nas quais se faz indicação de substâncias químicas para ajustar o rendimento corporal ao que se espera (ainda que com restrições ao uso):

Dentro da linha do rendimento, encontra-se popularizado o uso de substâncias naturais ou sintetizadas, desenvolvidas e utilizadas com a finalidade de alterar a forma do corpo e suas capacidades orgânicas. Entre as substancias, estão os já reconhecidos mundialmente, esteróides anabólico-androgênicos, hormônios sintéticos de composição análoga à testosterona [...] (Idem, p.47)

Denominadas ainda como bolas ou bombas, estas substâncias trazem sérios riscos de morte, pois a dosagem utilizada para tal fim às vezes chega a ser cem vezes mais do que aquela que corresponde ao nível fisiológico normal (Silva, 2001). Corpo bombado! A autora alerta para uma tendência à medicalização da sociedade, anunciando que o índice de dependência de drogas farmacológicas tem aumentado quase 300% em cada dez anos, taxa que seria superior ao aumento do consumo de álcool e de opiáceos. Por trás disto tem-se uma poderosa indústria farmacêutica, que movimenta bilhões no mercado mundial. Anestesiar este corpo, ter controle sobre as sensações e sentimentos - é o que se busca; mas, acima de tudo, ter o controle sobre a imagem desde corpo. Ante a incapacidade de lidar com as fragilidades e carências, mascara-se o corpo por meio de artifícios comercializáveis que prometem a onipotência, a possibilidade de ser "herói".

Neste contexto, observamos haver da parte da ciência, da medicina e da idéia de saúde, uma tendência a enxergar o corpo com uma imprescindível paranóia. Sem coragem de confiar nos seus corpos e percepções, os indivíduos ficam à mercê das autoridades, dos especialistas, enfim, da Indústria Cultural, que ditam crenças, valores e regras para uma suposta felicidade e bem-estar individual. O perigo disto é a adesão às escuras que se pode acabar dando a idéias totalitárias e eugênicas. Segregaremos então corpos "não-saudáveis"? Geneticamente "não-sociáveis"? Corpos inadequados e inadestrados aos ditames das autoridades? Casos de projetos eugênicos (esterilização em massa) adotados por alguns países em seus sistemas securitários4 ou os rumos ideológicos que a ciência vem tomando ao anunciar a possibilidade de identificar criminosos geneticamente5, por exemplo, anunciam perigosas bases para o uso violentador e ideológico do corpo.

Segundo Johnson (1990, p. 128), estamos "[...] deixando que as autoridades comandem o espetáculo, mesmo que este tome forma de uma histerectomia ou de uma guerra nuclear". Destruição de corpos em massa! Se assim for, a hegemonia vem deixando rastros na contemporaneidade e anseia por uma maior negligência de nossa parte para tornar-se parte do discurso dominante e em seguida alastrar-se - em nome da vigilância (Caniato e Nascimento, 2007) justificada pela ideologia de "segurança social" - sob a forma de espetáculo.

Este nosso alerta se baseia nas idéias de Adorno (1971/1995) de que as tendências que nos levariam novamente à submissão às idéias fascistas estariam presentes na cultura contemporânea de forma visível. Uma delas seria a valorização da idéia de virilidade significando "o máximo de capacidade para suportar" - em especial a dor, o que segundo o autor, permite o masoquismo e a fácil fusão deste ao sadismo. Esta tendência se expressa claramente na concepção de corpo contemporânea já exposta ao longo deste artigo: em nome da felicidade e bem-estar, os indivíduos têm procurado exibir no corpo a presteza de alguém sem fraquezas ou tristezas; um corpo - de aparência - "saudável". Para tanto, a dor passa a fazer parte do árduo caminho a ser percorrido para alcançar a plenitude da imagem corporal procurada.

Um exemplo disto é a filosofia "no pain, no gain" - sem dor não há ganho - difundida massivamente entre os indivíduos que buscam constantemente a perfeita aparência por meio da infinidade de possibilidades apresentadas pela ciência. Os homens estariam entendendo a dor impingida por outrem ou por si próprio como um mal necessário para atingir as expectativas sociais! Esta banalização da dor leva os indivíduos a dar adesão a comportamentos e princípios violentos. Vivemos numa cultura que se mantém valorizando e premiando a dor e a capacidade de suportá-la. Segundo Adorno (1971/1995, p.128), "aquele que é duro contra si mesmo adquire o direito de sê-lo contra os demais e se vinga da dor que não teve a liberdade de demonstrar, que precisou ocultar e reprimir.".

Isto caracterizaria as bases que sustentaram o funcionamento de campos de concentração como o de Auschwitz. O princípio de Auschwitz, de acordo com Adorno, estaria presente também na "atual atitude para com a tecnologia [que] contém algo de irracional, patológico, exagerado (...) as pessoas tendem a considerar a tecnologia como algo em si, como um fim em si mesmo, como uma força com vida própria, esquecendo-se porém, que se trata do braço prolongado do homem" (Idem, p.132)

Neste caso a ciência, munida da Indústria Cultural, coordena e incita toda essa violência e exige dos indivíduos esta nova relação com a dor, o que não se dá sem conseqüências para a vida psíquica do sujeito.



A dor: mais um joguete das violentas injuções culturais da comteporaneidade

De acordo com Morris (1996), a dor é uma experiência essencialmente solitária, e remete a algo mais primitivo nos seres humanos; mas o autor a considera ainda como uma construção cultural: "el dolor absorbe, ineludiblemente, el perfume y el sentir de su vida social" (p. 43).

el dolor no es sólo algo que se siente de un modo ciego o que se soporta irreflexivamente como una serie de impulsos bioquímicos. Cambia con el lugar que ocupa en la historia humana (...) experimentamos el dolor según se lo interprete, envuelto en sistemas formales o informales de pensamiento que lo dotan de un significado ligado a los tiempos - sea teológico, económico, científico o psicológico. Comprendemos el dolor casi del mismo modo que comprendemos el mundo. En algunos casos el dolor nos puede revelar valores y creencias que ignorábamos poseer. (Idem, p. 51)

É possível identificar que a dor hoje caminha junto com a construção da imagem corporal que se deseja exibir a respeito de si. A dor perde a sua conotação original de que algo não está bem em nosso organismo ou psiquismo e passa a ser quase sinônimo de "saúde", assim como chega a ser motivo de vanglória, por caracterizar a superação e até a negação dos limites corpóreos, ou seja, por representar o domínio/controle sobre o próprio corpo.Não obstante, se vem caracterizar problemas orgânicos ou psíquicos, a dor deve ser calada, acalmada, anestesiada, negada, pois, neste caso, ela representa e expõe a fragilidade e os limites humanos tão indesejados/negados na contemporaneidade: é difícil esbarrar com nossa finitude e incompletude, hoje mais do que nunca, já que os valores culturais que preponderam são incompatíveis com essa condição humana.

Morris (1996) nos aponta duas faces contemporâneas da dor, pontuando de um lado um novo mundo de dor crônica, que, segundo ele "tiene su símbolo más eminente en la proliferación de consultorios en recientes centros especializados" (p.63); dor valorada e crônica esta que está explícita também em todas as formas de trato com o corpo na contemporaneidade, apresentadas anteriormente. Por outro lado o autor (Idem, p.81) pontua que "nuestra cultura nos enseña a encarar el dolor con silencio y negación. Los norteamericanos de hoy quizás sean la primera generación en que esta tierra ha considerado que una vida libre de dolor es prácticamente un derecho constitucional. El dolor es un escándalo" (Idem, p. 81).

A partir disto a dor real, concreta, é negada, medicalizada. A dor física, a dor da alma, a angústia, são então sufocadas, tomadas como vergonhosas mesmo que constitutivas da natureza humana. Ora, não seria a ansiedade, a angústia, sinal da autoconservação (Freud, 1920/2006), o prenúncio de que algo não está bem, o motor para uma ação concreta de proteção do indivíduo? Se os indivíduos hoje estão se valendo da negação - defesa psíquica mais primitiva - e não conseguem lidar e tirar proveito destes sentimentos, estão funcionando regredidamente e encontram-se incapacitados de defender-se dos diferentes perigos a eles impostos pela sociedade.

Pucci et al. (1999) apontam que o sofrimento é a essência para um pensar dialético e que negá-lo é impossibilitar o pensar e o movimento de mudança em uma sociedade que impõe violência a seus membros. A inquietude da dor aponta para uma esperança de mudança; "o momento corpóreo transmite o conhecimento de que o sofrimento não precisa existir, de que deve ser transformado"(Idem, p.93). O autor observa ainda que a sociedade que se pretendeu esclarecida visou negar qualquer tipo de sofrimento e ostentar certo domínio sobre a dor, e isto seria, na visão de Adorno,

um atentado não só contra o indivíduo que sofre a dor, mas também contra toda a espécie a que o indivíduo pertence. O objetivo dessa nova organização da sociedade seria a negação do sofrimento físico até o último de seus membros, assim como a negação das formas interiores de sua reflexão (Pucci et al. ,1999, p. 93)

Ao mesmo tempo em que somos conduzidos a anestesiar a dor/sofrimento concreto/real para que nos alienemos das causas, da fonte deste sofrimento e deixemos de reconhecer a violência a que estamos submetidos ou a que nos submetemos nesta sociedade, somos ainda levados a valorizar o ato de suportar a dor. Aprendemos então a manipular a dor: a dor auto-impingida é valorizada, pois dá aos indivíduos uma idéia de controle (onipotente) e propriedade sobre o próprio corpo. Já a dor física ou psíquica, que anuncia algum problema no funcionamento natural do organismo, mas que salutarmente impulsiona o indivíduo a buscar ajuda, deve ser amordaçada. Para Morris (1996), a dor perdeu quase todo o seu significado: "esta nueva aflicción crónica - creación de nuestra época científica y desmitificadora - puede acercarse velozmente a lo inhumano: a un dolor al cual no podamos asignarle significado alguno"(p. 89)

Toda esta lógica violenta e de culto à dor vem atingindo uma realidade extrema nas práticas denominadas Body Modification - modificações corporais. Trata-se de curtir e cultuar a dor e a exaustão corpórea, de extravasar os limites, os contornos corpóreos.



Body Modification: um corpo torturado.

Então, o que seria Body Modification? Segundo Alonso (2007),

é toda transformação ou mudança, que pode ter volta ao normal ou não, feita no corpo sem razões médicas. Os motivos são os mais variados: culturais, religiosos, ou espirituais, ou então comportamentais e estéticos. Por isso geralmente quem faz já está envolvido com tatuagens e piercing. (Alonso, 2007)

Neste sentido, "a prática de enfaixar os pés das meninas para mantê-los num tamanho minúsculo, a redução da cintura com espartilhos apertados, a extensão do pescoço executada por certas tribos" (Hitomi, 2007), bem como a correção ortodôntica pontuada pela personagem Lui do romance "Cobras e Piercings", são tipos de modificações corporais. Mas o que caracteriza a contemporânea "tribo" de adolescentes e jovens adeptos do mais variados tipos de modificação corporal não é um retorno ao primitivismo tribal em que a marca corporal registra signos, pois não temos uma valorização destas culturas em nosso imaginário cultural (Birman, 2007).

Os mais novos adeptos das body modifications submetem-se a tais procedimentos por vontade própria, sem estar pautados na busca de uma identidade cultural específica. Ao marcar/transformar a "superfície" corporal, os praticantes contemporâneos buscam exibir uma marca de significado individual e supostamente diferenciada, o que de fato inexiste no homem da "pseudo-individuação" atual. Esta ausência do simbólico da marca corporal nas sociedades ocidentais (presas ao consumo) se contrapõe às práticas orientais que deram origem às ocidentais. Na África, por exemplo, as marcas corporais são carregadas de significados e simbolismos individuais e, principalmente, comunais. De acordo com Costa (2003, p.11) na África negra,

o corpo nu precisa ser marcado para existir. Os anéis, pinturas, escarificações ou multilações, cobrem o corpo do indivíduo, dando-lhe uma identidade de pertença. Sem esses elementos, a nudez o deixaria vulnerável. Nessas sociedades, essas marcas não têm somente função ornamental. Trazem também reconhecimento social e religioso, muitas vezes fazendo função de amuletos ou de proteção.

Estas práticas são, então, formas de inserção social e de identidade carregadas de significados coletivos. Em oposição, as práticas de modificação corporal aparecem na sociedade ocidental exploradas pelo mercado, seu início foi marcado por uma "[...] explosão de estilos e performances, a ascensão de estúdios especializados e o surgimento de revistas, websites [...]"(Urbim, 2005). Da mesma forma, a idéia de corpo "herói" - que pode tudo - está presente também nas marcas corporais, "[...] tatuagens e escarificações são dolorosas de serem feitas e carregam riscos de infecção. Como guerreiros que exibem, orgulhosos, as cicatrizes das batalhas, os modificados estão mostrando que enfrentam e superam um desafio físico" (Idem, 2005, p.70) - encobrindo toda a vulnerabilidade e impotência, limites inerentes ao ser homem.

É possível compreender a violência destas práticas ao notar que os body moders, como são chamados aqueles que fazem a body transformation, não podem aplicar anestesia, já que apenas profissionais médicos podem fazê-lo (Alonso, 2007); a dor é então uma imposição, condição necessária para passar por estes procedimentos.

Definiremos então algumas dentre as variadas práticas de modificação corporal em questão: "escarificações", que são cicatrizes pelo corpo em forma de desenho, como a tatuagem, mas ao invés das agulhas e tintas, estas marcas são feitas pelo corte da pele com bisturi; "branding", que são marcas feitas por chapas de aço esquentadas com maçarico e aplicadas sobre a pele; "split tongue", que é a divisão da língua, tornando-a bifurcada por meio de piercings de alargamento para por fim cortar a ponta que ainda se encontrar unida ou por meio do corte direto e a conseguinte cauterização com ferro quente para estancar o sangramento. Fazem também parte destas práticas "implantes subcutâneos", que "são objetos, geralmente de silicone, osso, de aço, etc. que são aplicados sob a pele, formando um alto relevo" (Alonso, 2007); "pocket" é como um piercing, mas uma parte dele fica para fora da pele e as pontas ficam para dentro; "surface", que é o contrário do pocket, "as pontas ficam para fora da pele e as hastes ficam dentro"; "implante transdermal", que é aço cirúrgico ou bolinhas também, que são colocadas entre a gordura da pele e o músculo, metade da peça ficando dentro do corpo e metade, fora (Idem, 2007). É possível pontuar ainda as "body play", que seriam brincadeiras com agulhas que perfuram o corpo; "blood play", que seriam as brincadeiras com sangue; "cuts", amputações, seja de dedos ou do genital e os "rituais de suspensão", nos quais as pessoas são presas em grandes ganchos e penduradas por cordas ligadas a estes ganchos.

Muitas destas modificações corporais contemporâneas lembram animais, em especial os répteis, pelas línguas bifurcadas, implantes de próteses e tatuagens que remetem à rugosidade desta classe de animais. É possível inferir a importância desta mimese, pois remete a uma classe de animais perigosos, às vezes peçonhentos, que procuram afastar e amedrontar qualquer coisa que venha a seu encontro ou ameace seu bem-estar e seu "espaço", e que, no máximo, se aproximam de indivíduos da espécie do sexo oposto para acasalar. Será que não é um retrato do homem contemporâneo, arredio e solitário?

As modificações lembram ainda as mutações humanas dos filmes, desenhos ou histórias em quadrinhos, representando pessoas que, apesar de excluídas da sociedade por serem diferentes, estão sempre munidas de superpoderes ou de qualidades excepcionais. Isto pode ainda anunciar uma condição social de exclusão, mas, além disto, anuncia aspectos de regressão em que os indivíduos estão confinados ao mundo das fantasias onipotentes, característica das crianças e de suas brincadeiras em que o pensar (garantido pelo confronto com a realidade externa ao indivíduo) ainda não se fortaleceu para permitir uma ação concreta (derivada de reflexão) no mundo.

O leitor observador já pôde reparar que as denominações em inglês destas práticas já nos dão a dica da origem da contemporânea prática de Body Modification: o "Primeiro Mundo" - o que denota uma vez mais sua origem ocidental-consumista e o caráter violento da globalização acoplada a estas práticas. É possível ainda identificar que tais práticas demandam certa dose de coragem, tempo e dinheiro. Apesar de muitas vezes se pretenderem revolucionárias ou uma forma de resistência política contra o ideal da imagem corporal perfeita, ao sustentar a prevalência de passagens ao ato e ao prescindir da capacidade de pensar, acabam por manter os indivíduos regredidos, seguindo as mesmas regras do império visual e mercadológico, alienados de si e da realidade social violenta que os cerca. Assim, simplesmente fortalecem a manutenção do status quo e não se opõem ao funcionamento hostil do sistema socioeconômico.

Estas práticas são também reflexo de fantasias (infantis, regressivas) de onipotência e culminam na constante negação dos limites, essencialmente os corporais. São capazes de anular o equilíbrio e/ou a homeostase corpórea, uma propriedade da natureza humana de caráter autopreservativo. Exemplos disto seriam a negação explícita da reprodução humana nas práticas de cutting (amputação) genital ou simplesmente a constante possibilidade de adquirir uma infecção.

É possível fazer uma análise e identificar que, assim como o extremo da anestesia corporal em prol da suposta idéia de saúde, estas práticas, sob o extremo da dor, não fogem à cultura da aparência e do espetáculo. Ambos os movimentos ocorrem sob uma hipervalorização das sensações corpóreas em detrimento da experiência, ambos estão presos a uma cultuação do corpo, como se fosse divino e, portanto, bastasse a si. Assim também, elas não vêm ancorar a identidade (construída pela diferença) do indivíduo, por que se trata de práticas que padronizam este corpo e o mantêm desprovido do simbólico, que pressuporia uma história de vida, experiências. Experiência e história, posições que as mudanças exigidas constantemente pelo consumo não permitem manter, são hoje ideologicamente sinônimo de velhice, e conseqüentemente de ausência de "saúde".

Segundo Moreira (2003, p.17), "o esvaziamento dos sistemas simbólicos, a degradação e transformação dos valores produzem efeitos imprevisíveis, como uma inibição na vida psíquica associada a uma deficiência para simbolizar experiências significativas.". A Indústria Cultural, com seu bombardeio maciço e aleatório de informações que não se constituem como um todo, faz com que a experiência prévia, que faz parte do arcabouço psíquico no enfrentamento das situações, tenha uma consistência frágil em virtude de ter que estar sempre reconfigurada, falhando na atuação de ancoragem psíquica.

Em uma reportagem da revista Super Interessante, Urbim (2005) apresentou um casal de canadenses que "[...] não queria um anel para selar o casamento. Decidiram morder [e arrancar] a ponta do dedo um do outro. 'não queriam um compromisso de metal, mas de carne' [...]". Este fato denuncia uma perda da noção do simbólico que fica reduzido ao concreto imediato, que é incorporado, encarnado.

Enfim, tanto estas práticas de modificação corporal como as de cultuação de uma aparência corporal ideal estão sujeitas à lógica do consumo, que violenta este corpo levado a seus extremos, sob a potencialização e estimulação da pulsão de morte, desprendida do amálgama com a pulsão de vida no caminho da autoconservação (Freud, 1930/1981).



Da barbárie à subjetividade danificada

As ordenações práticas da vida, que se apresentam como se favorecessem o homem, concorrem, na economia do lucro, para atrofiar o que é humano, e quanto mais elas se estendem, tanto mais podam tudo o que é delicado. Pois a delicadeza entre humanos nada mais é do que a consciência da possibilidade de relações isentas de interesses (Adorno, 1951/1993, p.34)

Convidamos agora à reflexão sobre as implicações deste contexto totalitário da lógica consumista sobre a constituição da subjetividade dos indivíduos. Contexto esse, marcadamente sustentado pela Indústria Cultural, que mantêm os homens sob a crueldade da violência e a banaliza - inclusive no que se refere a violência sobre os corpos.

Questionamos então, quais seqüelas e conseqüências que este corpo violentado imputaria à subjetividade? Que tipo de psiquismo está sendo exigido dos indivíduos para administrar esta situação? Ou melhor, que tipo de subjetividade sustentaria estes corpos devastados? A nosso ver, toda essa violência cultural (voltada ou não para o corpo) culmina em uma danificação do processo de construção da subjetividade dos indivíduos.

Fatores importantes a analisar são o imperativo de uma vivência imediatista e a procura insana por satisfação por meio dos modelos corporais apresentados pela Indústria Cultural, que sempre exalam uma suposta felicidade. Essa "suposta felicidade" seria inviável já que sempre fugas e assim, permite uma retroalimentação da busca por novos modelos. As conseqüências subjetivas deste processo alienante é a imposição do predomínio do sensorial, chegando à insanidade da mutilação do corpo e à impossibilidade de identificá-las como tais. Isto porque havendo a prevalência deste sensorial, os indivíduos não acumulam experiências e memórias para poder, confrontando-se com esse terror do real, formar julgamentos de valor que orientem sua proteção psíquica. É evidente que o que resta desta vivência é imersão dos indivíduos nas contingências do trauma (Freud, 1920/2006).

Podemos entender então que nestas condições os indivíduos estariam vivendo num nível de regressão psíquica significativa, que se reflete nas distorções da percepção, na defasagem da habilidade de pensar, de elaborar e nas possibilidades de fazer ressignificações. Este ego-corporal corre assim o risco de ser tomado pelo id (e até por um superego extremamente rigoroso) sob a tirania da pulsão de morte. Este funcionamento conduz à frustrações que atingem o grau do insuportável: os indivíduos passam a funcionar praticamente no nível do princípio de prazer e abandonam o principio de realidade, lançando-se no perigoso caminho da pulsão de morte.

Para estreitar, mas também aprofundar a análise destas conseqüências subjetivas para os indivíduos, tomaremos como pressuposto que este hiperinvestimento contemporâneo no corpo atinge preferencialmente os adolescentes, por serem a parcela populacional mais vulnerável às intempéries sociais. Para compreender isto se faz necessário assinalar que a fase da adolescência, considerada por vários autores como "moratória social", indica um momento de espera e transição. É neste momento que o individuo nega as marcas parentais, aqueles de quem almeja se desprender e figura-se (roupas e atitudes) como seus pares para abafar o desamparo experimentado por esta procura de diferenciação em relação aos pais. Os adolescentes vivem ainda uma fase socialmente crucial:

A adolescência, como segundo momento da sexualidade humana, se dá quando o sujeito tenta desprender-se da autoridade parental e, ao fazê-lo, defronta-se com as fissuras e contradições da organização social da qual faz parte. A vertigem experimentada nesse período atualiza as marcas de desamparo da infância e, por isso mesmo, de modo inverso, suscita fantasias onipotentes de subverter o instituído. (Matheus, 2007, p.60)

Estas fantasias onipotentes se refletem no trato com seus corpos, no sentido de procurar constantemente extravasar e dominar os limites corpóreos, principalmente por meio de violência, tão a gosto dos modelos identificatórios atuais centrados na destruição do corpo. Quando a cultura e o mercado de consumo oferecem e valorizam a possibilidade de viver tais fantasias, as situações de perigo a que os indivíduos na adolescência se expõem se potencializam.

A Indústria Cultural e o mercado se valem desta fase delicada para atrair a sua maior parcela consumista: os adolescentes, que se agarram às mercadorias e ideais produzidos para este fim como se fossem âncoras - são presas fáceis dos fascínios corporais em moda e do conseqüente desmazelamento subjetivo. Neste sentido, a Indústria Cultural apresenta e vende uma infinidade de modelos identificatórios sedutores, que remetem às imagens/manifestações pulsionais mais primitivas. Segundo Moore (1992), se nosso ideal de ego se prende a tais ideais (modelos) primitivos, obtém-se um nível patológico que impede a formação de ideais em estágios posteriores. Segundo o autor,

Uma patologia deste tipo ["patologia" que consideramos como um "mal" contemporâneo] torna o indivíduo vulnerável a grave dano narcísico e à experiência de afetos intensos e arcaicos, tais como raiva, vergonha, depressão e ansiedade, assim como aos afetos narcísicos mais derivados, como inveja, ciúme, despeito e desprezo.(Moore, 1992, p.95).

Não são estes os sentimentos que prevalecem na contemporaneidade? A raiva contida da "anorexia nervosa" ou da simples apatia perante a vida, que refletem, além da exigência interna, uma grande opressão externa sobre os corpos? Ou a vergonha de não fazer parte daquela pequena parcela de indivíduos que atingem os ideais corporais "suntuosos", que são apresentados pela Indústria Cultural? Um exemplo disto seria o ideal de corpo "perfeito", "belo" e "saudável", que exige um investimento de tempo e dinheiro a que poucos têm acesso. O resultado: exclusão e humilhação de simplesmente ser/ter seu corpo real. Assim, podemos dizer que estes modelos identificatórios atuam nos indivíduos no nível da inveja, que tem como seu derivado mais fiel a competição, nossa grande conhecida; regra de "sobrevivência" na "selva" neoliberal.

Vale lembrar, para tanto, que a lógica neoliberal da livre-concorrência, que estimula uma competição exacerbada entre organizações no acirrado mercado global, mostra suas caras ao nível individual - subjetivo e corpóreo. O corpo neste sentido parece seguir os parâmetros impostos pela competição: alcançar o que o mercado espera dele - valer-se de tudo para ser um bom consumidor no mercado das aparências: corpos rivais. O essencial é saber fazer seu "marketing pessoal".

A inveja e as respectivas ansiedades com relação a tal sentimento caracterizam a posição mais primitiva do desenvolvimento humano - para Melanie Klein, a posição esquizoparanóide. Sob as circunstâncias deste meio que favorece a regressão, observa-se esta fase sendo potencializada e prevalecendo na vida dos indivíduos contemporâneos. O sentimento de inveja carrega consigo uma carga efetivamente grande de ódio, que se traduz em um masoquismo e em um sadismo sobre si e sobre o objeto de amor, objeto idealizado. Neste movimento a alteridade/diferenças são destruídas, já que prevalece um amálgama simbiótico que sela as relações. Esmaece assim o indivíduo e assume posição a fusão: eu no outro e vice-versa.

Um bom exemplo disto é o programa de televisão "I want be a famous face", onde os participantes desejam imensamente transfigurar-se, reconfigurar-se no artista do qual são fãs por meio de cirurgias plásticas. Assim o participante ganha uma nova face: "transforma-se" (basicamente funde-se e confunde-se) no seu "objeto idealizado". O indivíduo, regredidamente, nega e anula sua diferença, esvazia seu eu (que também é corporal) de tudo o que tem de bom. Seu corpo nunca é bom o suficiente. Em outras palavras, o indivíduo projeta no objeto (de consumo ou nos seus pares) todos os seus conteúdos bons para salvaguardar a bondade/perfeição do objeto idealizado, enquanto seu eu destrói-se. Este objeto é, na verdade, idealizado pela própria Indústria Cultural e o indivíduo, neste jogo cruel, adere a tal idealização e passa a desejar tudo que de bom este objeto tem, como se nada tivesse.

Tamanha ansiedade perante tal sentimento de inveja e idealização leva o indivíduo a destruir o objeto (fantasisticamente ou não), mas, ironicamente, acaba destruindo a si, pois está identificado com o objeto. Raras são as vezes em que o indivíduo consciente da situação mantém sua integridade, identificando a Indústria Cultural no contexto sociocultural como semeadores de "sentimentos de inveja". Tudo isto confere forma à competitividade e anuncia um processo destrutivo de esvaziamento e desvalorização do eu e, conseqüentemente, do corpo. Mais do que isto, marca um contexto de contaminação dos vínculos entre indivíduos que acaba assumindo, inclusive, uma dimensão extremamente dramática, nos moldes do filme "Clube da luta", onde os personagens só recebem guarida em um local em que impera a violência.

A amputação dos genitais, feita por alguns dos adeptos das Body Modifications, apenas reflete tal situação. Freud pontua que a relação sexual seria o protótipo da felicidade. Neste sentido, não estaria havendo uma negação da felicidade e dos vínculos? Aos homens solitários da atualidade resta quase exclusivamente a superficial relação com seus corpos e sensações - resta a corpolatria. Resta uma exagerada estimulação corpórea incitada pelos ideais de consumo.

Safatle (2004) retoma as idéias de Foucault para pontuar que estes ideais não mais se configurariam em "controle-repressão" como outrora, mas sim em "controle-estimulação". Ou seja, o gozo é permitido (e até obrigatório), mas de forma totalmente administrada (pela Indústria Cultural). Ora, este gozo não seria então autêntico nem partiria do indivíduo autônomo, pelo contrário, estaria vinculado às mercadorias de forma imperativa, como uma reformulação da repressão. Trata-se então de uma cooptação da pulsão, por meio da sedução, pelos objetos-mercadorias fornecidos pelo consumismo. Este gozo acaba assumindo um caráter insensato, já que se trata do superego que "[...] não tem nenhum conteúdo normativo, ele nada diz sobre como gozar ou qual o objeto adequado ao gozo." (Safatle, 2006). A pergunta assombra: estaríamos gozando então com a destruição?

O cerco se fecha se pensarmos que a predeterminação e administração deste gozo levam a uma constante insatisfação (repetição compulsiva do trauma) norteada pela busca do gozo autêntico. Isto acaba por preparar os indivíduos para a aceitação do substituto, isto é, a busca pelo gozo oferecido: mercadorias a serem consumidas. Sendo assim, este ideal de ego preso a esse objeto de gozo incondicional, internalizado pelo superego, pode assumir uma onipotência desmedida rumo ao "mundo nirvanesco da morte" (Caniato, 2000). Assim, a Indústria Cultural passa a "glamourizar" essas formas destrutivas de "vida" e a libidinizar a morte, a qual, inclusive, é colocada como ideal. Que tipo de superego esta cultura estará produzindo? Talvez um superego sem contornos, um superego arcaico, preso a toda a agressividade e destrutividade primitivas que, obrigatoriamente, punirá o corpo até a exaustão. Entendemos ser este processo mórbido que vem movendo a concepção de corpo nesse momento histórico e acarretando um esvair-se no desvanecimento da subjetividade.

Acreditamos, então, haver um processo em comum nos indivíduos hoje: a desintrincação pulsional e a prevalência da pulsão de morte. Esta prevalência da pulsão de morte vem elucidar a fácil adesão à atitudes tão destrutivas em relação ao corpo, atitudes essas inclusive incitadas pela mídia. É o caso do site www.bmzine.com, onde a mídia transforma em um espetáculo sedutor a destrutividade corporal.

Segundo Rosenberg (2003), esta prevalência da pulsão de morte remete a um "masoquismo mortífero", que entra no nível patológico. Esse autor desenvolve, pautado em Freud, a idéia de que o masoquismo é, a priori, uma condição indispensável à vida enquanto há um amálgama/intrincação entre pulsão de vida e de morte. Neste caso, o masoquismo estaria implicado em toda a relação de objeto, seria o que a torna possível, pois permite ao indivíduo suportar frustrações e usar a sua agressividade de forma positiva, como proteção, visando à manutenção da vida e à integridade egóica. Não obstante, Rosenberg (2003) alerta que, se há uma desintrincação pulsional, o masoquismo se aproxima da pulsão de morte e recebe uma potencialidade mortífera: "o sujeito investe masoquistamente todo o sofrimento, toda a dor, todo o território de desprazer, ou quase" (p.109). Esse autor remete tal fato aos casos psicóticos e às mutilações que eles se auto-infligem. Como muitos dos adeptos da "body modification" admitem, sentir dor é extasiante, gera alívio e prazer, isto é, a pulsão de morte ganha força e prepondera, e então as atitudes de autoconservação ficam diminutas e prevalece o "barato na dor"e o "prazer em lamber as próprias feridas". Ousamos pensar que as Body Modifications (ou ainda a submissão à processos dolorosos infligidos ao corpo em nome da aparência "perfeita") não estão muito longe do funcionamento subjetivo que sustenta estes casos psicóticos citados por Rosenberg.

Trata-se para eles, parece-nos, não somente de tornar (masoquistamente) suportável, e circunstancialmente agradável, a excitação, mas de encontrar seu prazer exclusivamente (ou quase) na vivência da excitação por um investimento maior desta. O corolário desta atitude é que a descarga com a satisfação objetal torna-se, no limite, supérflua, e em última instância impossível. (Rosenberg, 2003, p.109)

O masoquismo mortífero se traduz, assim, na impossibilidade de conquistar a satisfação libidinal-objetal pela descarga como ponto culminante do prazer e por isso necessitar valer-se da excitação em si e passar a centrar-se nela - fato ideal à manutenção da lógica social de "controle-estimulação". Não há a projeção do masoquismo que conferia a presença de um amálgama pulsional; há, sim, uma introjeção massiva do sadismo, o que consiste no masoquismo mortífero. Ou, ainda, como Freud pontua em El malestar en la cultura, mas a presença de um "superego da mais-repressão"; superego que tem sua agressividade potencializada por uma opressão externa e pela impossibilidade de exprimir externamente tal agressividade. Por conseqüência, este superego entra em um sentimento profundo de culpabilidade inconsciente e adere a um nível significativo de autopunição, a qual se retrata na extrema violência contra o corpo na atualidade.

É neste contexto que vemos se intensificar na sociedade o caráter depressivo das patologias, cuja incidência é significativa entre os praticantes das body modifications. Podemos considerar, como Rosenberg (2003), que na depressão há uma desfusão pulsional extrema em que reina o superego como "pura cultura da pulsão de morte". O indivíduo fica complacente e entregue a todo o sadismo disponível em si. Este sadismo sobre o objeto perdido (ou ideais perdidos) fica encoberto pelo investimento narcísico do objeto após a perda, ou seja, a identificação e necessária idealização do objeto leva a uma constante autopunição.

Chegamos, então, a um ponto crucial, em que os elementos até agora apresentados convergem acerca da representação de um indivíduo que na contemporaneidade vive sujeito à condições tais como: à constante perda de ideais, maquinada pela Indústria Cultural sob o imperativo "goza!", à idealização - fruto da inveja, ao conseqüente esvaziamento do eu , à regressão produzida pela simplificação e fragmentação da existência e da cultura, à autopunições e depressões e à desintrincação pulsional - ou seja, toda uma série de seqüelas subjetivas funestas resultantes destas imbricações da violência social na subjetividade dos indivíduos e em seus corpos.

A partir disto, cabe-nos pontuar como o adolescente se encontra diante de tal situação de barbárie, se esta fase caracteriza-se essencialmente pela estruturação e solidificação da identidade6, já que a adolescência é a fase em que os ideais culturais se posicionam na subjetividade e ganham forma, auxiliando-o em sua busca de "vir a ser", a partir da aceitação de si e do seu corpo.

De acordo com Moore e Fine(1992, p.96), a identidade é garantida pelas múltiplas identificações que o sujeito faça ao longo de sua história de vida; mas também é mediatizada pelo corpo na estruturação da imagem corporal:

O desenvolvimento da imagem corporal acha-se no cerne da formação da identidade, a qual adquire ímpeto à medida que o processo de separação-individuação se desdobra, mas só se completa depois da adolescência (...) uma vez que indivíduo se tenha definido em uma variedade de contextos sociais [e de ideais] (Moore e Fine, 1992, p.96)

Entretanto, o que observamos hoje é o esgarçamento dos laços afetivos, a perda constante dos ideais, já que estes estão cooptados pelo consumo; mas, mais do que isto, vemos a ausência de ideais concretos que sirvam como pontos de referência. Neste sentido, como observa Birman (2007), o reconhecimento simbólico que o adolescente procura não se dá mais pelo laço social ou pelo discurso, então este busca tal reconhecimento pelo registro do olhar. A partir disto vemos o corpo ser superinvestido, objetivando a aparência, a imagem corporal ideal que se deseja exibir e ver no outro.

De acordo com Sibilia (2006, p. 46), "tendências exibicionistas e performáticas alimentam as novas modalidades de construção e consumo identitário, numa espetacularização do eu que visa à obtenção de um efeito: o reconhecimento nos olhos do outro e, sobretudo, o cobiçado fato de ser visto." Birman (2007, p.47) concorda: "a antiga discrição transforma-se em indiscrição". Ao contrário dos costumes burgueses de discrição da imagem corpórea, hoje esta imagem é marcada por uma "assinatura visual" que delimita o usuário ou portador do corpo em questão. Neste sentido, os indivíduos vêm se pautando no olhar acusatório e persecutório do outro - tirano consigo e com seus pares - e na aparência de si que apresenta perante a sociedade para conseguir garantir sua "identidade", como condição de permanecer aceito na massa (você é o que aparenta ser). O prenúncio disto é a impossibilidade de manter uma autenticidade e solidez da identidade, ainda mais se esta se constrói a partir de identificações com tantos outros "corpos" marcados pela destruição. Ou seja, todos os ideais oferecidos pela Indústria Cultural estão permeados pelo ditame: "seja isto e não você", "consuma isto, e conquiste o ideal social" - e os corpos aos quais temos de nos identificar apresentam-se violados, cindidos, massacrados, apesar de aparentemente "saudáveis". Como conseqüência a imagem corpórea, resultado da construção da identidade, está marcada por tal destruição/fragmentação.

Vale reforçar: a imagem corporal, que deveria fornecer um continente para a anárquica produção pulsional originária do corpo infantil, hoje encontra-se deturpada e amorfa. Neste sentido, as marcas corporais - Body Modifications/mutações musculares - seriam resultantes de uma busca desesperada por uma identidade, já que parecem permitir um doloroso (re)encontro com os contornos corpóreos, com a possibilidade de testar e sentir os limites possíveis desta imagem "esfacelada" que os indivíduos anseiam "restaurar". De acordo com Birman (2007, p.53, grifos nossos),

Pelas tatuagens, os jovens de hoje, como os marinheiros de ontem, se sentem sem cidadania e sem referências familiares, órfãos do mundo desértico que lhes foi outorgado pelos pais (...) buscam, na atemporalidade das referências simbólicas, aquilo que o mundo real não lhes oferece. É crescente e profundo seu ressentimento em relação aos pais e à ordem social, pelo destino funesto e sem esperança, destituído de qualquer horizonte visível, ao qual foram lançados. Por isso mesmo, procuram animalidades imaginárias que lhes permitam inscrever-se em sistemas de filiações, tentando, pela tribalização, encontrar um lugar seguro onde possam inserir-se no cenário errático da atualidade. O que se pretende com isso é alguma forma de pertencimento.

Lamentavelmente observamos então que:

Adereços, roupas, maquiagens, tatuagens, piercings, atividade esportivas, musculação, cirurgias plásticas buscam dar conta de um mal-estar que, mesmo que referido ao corpo, geralmente tem pouco a ver com ele. Tentativas muitas vezes vãs de aplacar inquietações, angústias e experiências mais profundas de vazio que apenas no corpo encontram um porta-voz. (Volich, 2005, grifos nossos).

Considerando-se que, segundo Freud (1930/1981), Eros e Ananké, "Amor e necessidade/trabalho ou repressão" são os fundamentos da cultura humana e que a cultura designa a síntese das produções e instituições que distanciam a vida dos homens da de seus antecessores animais e serve a dois fins: proteger o homem contra a natureza e regular as relações dos homens entre si, pode-se falar em uma perversão da cultura. A cultura hoje está ausente em sua função de amparo à qual Freud se refere. Diante de tanta violência é possível pensar em uma cultura que vem produzindo traumas constantes, estando os indivíduos incapazes de identificar de onde parte o desprazer ou o susto da violência (Freud, 1920/2006) a que estamos constantemente submetidos - via Indústria Cultural. Quando muito, eles acabam identificando-se com o agressor e agredindo a si e, principalmente, aos seus pares.

Os indivíduos estão hoje simplesmente coadunando-se com a lógica violenta que atravessa essa cultura, a qual se difunde pela Indústria Cultural e este funcionamento acolhe a lógica mercadológica em detrimento da garantia do amparo aos indivíduos. Se pensarmos no indivíduo, enquanto construto e construtor da cultura e da história, podemos compreender que a manutenção e a priorização deste corpo em punição anunciam uma equalização, alienação, cumplicidade e apatia dos indivíduos enquanto massa. Para Adorno e Horkheimer (1951/1973), a participação dos indivíduos na massa é algo necessário socialmente e comum aos seres humanos; tem o aspecto positivo de garantir a identificação com um outrem - líder, símbolo ou o que comporte uma representação da figura paterna. No entanto, o problema se dá quando:

se produz o chamado masoquismo das massas, sua disposição a submeter-se ao mais forte, sua vontade gregária, sua aversão a todo grupo estranho. Os horrores que hoje ameaçam o nosso mundo não são produzidos pelas massas mas por tudo aquilo e por todos aqueles que se servem das massas, depois de terem-nas engendrado. (Adorno e Horkheimer, 1951/1973, p. 85)

A massa neste sentido perverso, manipulada por um demagogo (hoje, a Indústria Cultural) proporciona aos indivíduos uma ilusão de proximidade e de união; uma falsa alteridade, destruidora dos laços sociais e das identidades. De qualquer forma os indivíduos, esquecidos e impessoalizados em meio à massa, anseiam garantir sua identidade, mas, para tanto, assumem para si a lógica da mercadoria: destacar-se para vender. O importante é conseguir ser admirado, desejado, cobiçado, idealizado. Os praticantes da body modification parecem mergulhados nesse contexto, mesmo que estas práticas em si, por vezes, tomem uma coloração (tal qual uma camuflagem) de resistência e oposição à massa. Não obstante, como nos apontam Adorno e Horkheimer (1951/1973, p. 74),

Vemos formar-se na base, como protesto espontâneo, inconsciente e freqüentemente destrutivo, contra a pressão e a frieza da sociedade de massa, novas configurações de microgrupos que oferecem ao indivíduo uma cobertura coletiva, estreita solidariedade e alguns esquemas de identificação.

São microgrupos que se mantêm simbioticamente colados/grudados pela destrutividade, em que a identificação e a solidariedade são débeis, portanto fogem à posição de resistência social. Estas práticas marcariam muito mais um sofrimento escancarado em atuações (acting out) do que uma forma de resistência. Trata-se muito mais de motivações inconscientes (e destrutivas) do psiquismo do que de atitudes conscientes, voltadas a uma ação política de resistência social.

Em síntese, todo esse funcionamento voltado para o corpo reflete uma cultura da instantaneidade, efemeridade, sem história, calcada nos valores neoliberais. Determina-se hoje um tempo vivencial interior sempre presente, uma fragilização de ideais e um gozo imediato e insensato, preso às sensações. Este contexto acarreta ao indivíduo certa dificuldade em obter auxílio do seu corpo para discriminar sensações prazerosas, sentimentos e sofrimentos em termos verdadeiros, pois estão presos à superficialidade da imagem e a uma "anestesia do viver". O corpo, nesses indivíduos, não mais auxilia na ancoragem psíquica; é um corpo que reflete uma subjetividade fragmentada, ou ainda, anulada. É um corpo sobrecarregado, que só ganha prestígio se é "herói", ou seja, se tudo suporta. Entretanto, este corpo que tudo suporta é humanamente impossível ,apesar de desejável.

Odália (1983), ao definir o conceito de violência, equiparou-o ao conceito de privação. Se assim considerarmos, podemos anunciar que este corpo da atualidade, privado do ócio, da criatividade, do contato com sua natureza e com a natureza "externa", privado de ser do desejo, sem ter acesso às orientações advindas dos sentimentos, impedidos de refletir, do experienciar e de sua integridade, anuncia um "eu-corporal" sob extrema violência cujo desdobramneto são, também subjetividades mutiladas.



Um caminho possível

Cimenti (2003) nos incita a refletir sobre a importância de reconhecer o sofrimento em si e no outro:

Deverá, então, o sujeito rastrear suas experiências e reencontrar em si o que viu no outro. Freud destaca, ainda, que um grito dado pelo outro, remeteria ao próprio grito, levando o sujeito a lembrar sua própria dor. O grito e a dor se constituiriam, portanto, em um dos sinalizadores para a formulação dos primeiros juízos elaborados pelo sujeito e seriam precursores na construção do seu pensar.

Estas afirmações indicam um caminho possível para a situação que se impõe na relação cotidiana com nosso corpo "cansado". Ter total controle e manipulação desse corpo é algo inviável, pois a natureza humana escapa, em termos, à domesticação: ele um dia vai envelhecer! Para diminuir o sofrimento que nos acomete, será necessário reconhecer e criar coragem para (re)abrir fendas narcísicas e confrontar-se com a finitude humana. Acima de tudo, um passo inicial deve ser tomado: é preciso que o homem contemporâneo (re)conquiste sua capacidade de ser afetado pelas forças do mundo, da natureza e da sociedade (Pelbart, 2007), assumindo suas dores e abrindo os olhos para - e denunciando - a violência que impera deslavadamente sobre ele e seus pares.

Neste sentido, não devemos nos deixar seduzir por "novos" mitos produzidos por uma sociedade que segue uma lógica mercadológica, mas sim, buscar uma reapropriação de nossos sentimentos e desejos há muito sufocados com a nossa cumplicidade, de certa forma, masoquista aos ditames desta barbárie. Apenas a partir disto é que poderemos pensar novamente em um corpo-natureza (re)integrado, nos moldes gregos de integridade.Bertold Brecht (1966), de forma sensível, parece identificar uma saída para a destrutividade humana: o pensar!

(...)

General, vosso tanque é um carro forte

- derruba florestas e esmaga centos

de homens.

Tem apenas um defeito: precisa de motorista.

General, vosso bombardeio é forte

- voa mais célere que o vento e agüenta

mais do que um elefante.

Tem apenas um defeito: precisa de aviador.

E um homem, general, é muito útil

- serve para voar, serve para matar...

Tem apenas um defeito: serve para pensar.


Autoria: Alexandra Arnold RodriguesI; Angela Maria Pires CaniatoII

IPsicóloga clínica e professora (CESUMAR e SENAC), aluna do Mestrado em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá. End.: R. Padre Raimundo Le Goff, 725. Ap.06, zona 07. Maringá, PR. CEP: 87020-040. E-mail: xanda_kim@hotmail.com
IIPsicóloga clínica e Professora Drª do Mestrado em Psicologia do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá. End.: R. Joaquim Nabuco, 1496. Maringá, PR. CEP: 87013-340. E-mail: ampicani@onda.com.br



Observacao: Texto muito esclarecedor sobre o homem-corpo conteporaneo, descrevendo todo o declinio do homem na sociedade consumista que ele mesmo o criou, mas deram muito enfase de tratar a modificacao corporal como um modismo ou mesmo por atos patologicos, em si esqueceram de mencionar a modificacao corporal como ato religioso, sem dizer que o cenario mundial da modificacao corporal e tao fechado que foge do termo da industria cultural e citando mais, nem todo praticante da modificacao corporal e masoquista, houve uma generalizacao nesse termo, mas deixando de lado essas observacoes o texto abrange muito bem o pensamento e a vida da nossa sociedade moderna, parabens pelo texto

Revista Mal Estar e Subjetividade - "Corpo-mercadoria", sob controle e punição: prenúncios de uma subjetividade aniquilada?

Revista Mal Estar e Subjetividade - "Corpo-mercadoria", sob controle e punição: prenúncios de uma subjetividade aniquilada?

segunda-feira, 14 de março de 2011

De quem e a culpa? Chaos na ilha oriental.

Durante o horario de trabalho,la pelas 15:30 ocorreu um dos piores terremotos no japao, junto com uma enorme onda que levou o norte do japao a um holocaustro civil. Cidades como Fukushima,Myagi, e um dos cartoes postais do japao, Tokio, Fora atingida por ondas destruidoras do tsunami causado pelo terremoto que balancou todo o japao, destruindo casas, mercados, carros e tudo que fora encontrado em seu caminho.Mas a natureza fora injusta em fazer oque fez com os japoneses? Levar varias pessoas a perder seu lar, seus animais de estimacoes ou ate msm entes queridos? de quem fora a culpa?. Durante muito tempo o japao vem causando muita injustica com a natureza e seus animais, quem nao lembra das cacadas proibidas de baleia? ou ate mesmo muitos remedios a base de crocodilo, tubarao, leao marinho e tudo que vem do mar, isso nao seria uma vinganca a esse pais que ja destruiu muito a vida marinha com sua caca desnecessaria, somente para suplir a necessidade mesquinha dos humanos como forma de alimentar o corrupto sistema capistalista? Sim acredito que seja isso, com todas as palavras ditas: VINGANCA. Mas vai todo o meu respeito as familias e pessoas que perderam quase tudo ou literalmente tudo com essa tragedia, e esperamos que nossa MAE NATUREZA TENHA MAIS PIEDADE COM NOS HUMANOS. MAS DEVERIAMOS TER TAMBEM BEM MAIS RESPEITO POR ELA, POIS SOMOS DE SUA CRIACAO, MAE TERRA.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ateísmo

Ateísmo é a posição filosófica de que não existem deuses,[1] ou que rejeita o conceito do teísmo.[2] Em uma concepção mais ampla, o ateísmo é definido como a simples ausência de crença em divindades.[3]

O termo ateísmo foi originado do grego ἄθεος (atheos), e era aplicado a qualquer pessoa que não acreditava em deuses, ou que participava de doutrinas em conflito com as religiões estabelecidas. Com a disseminação de conceitos como a liberdade de pensamento, do ceticismo científico e do subsequente aumento das críticas contra as religiões, a aplicação do termo passou a ter outros significados. Os primeiros indivíduos a se auto-identificarem como "ateus" apareceram no século XVIII. Hoje, cerca de 2,3 % da população mundial descreve-se como ateu, enquanto 11,9 % descreve-se como não-teístas. Entre 64% e 65% dos japoneses[4][5] e 48% dos russos[4] descrevem-se como ateus, agnósticos, ou não-crentes. A Europa é a região do planeta em que a descrença absoluta ou relativa em deuses é mais disseminada, sendo posição majoritária em diversos países deste continente. [4] Entretanto, a percentagem destas pessoas em estados membros da União Europeia varia entre 6% (Itália) a 85% (Suécia).[4] Por outro lado a África, o Oriente Médio e o Sudeste Asiático são as regiões com menor incidência de ateístas.[6]

Ateus podem compartilhar preocupações comuns com os céticos quanto a assuntos sobrenaturais, citando a falta de provas empíricas. Entre essas racionalidades comuns incluem-se o problema do mal, o argumento inconsistente de revelações e o argumento de descrença. Outros argumentos a favor do ateísmo crescem com o apoio da filosofia e da história.

Na cultura ocidental, ateus são frequentemente considerados como irreligiosos ou descrentes.[7] No entanto, sistemas de crença religiosa e espiritual, como formas do budismo, que não defende a crença em deuses, têm sido descritos como ateus.[8] Embora alguns ateus tendam a direções filosóficas como o humanismo secular,[9] o racionalismo e o naturalismo,[10] não há nenhuma ideologia ou um conjunto de comportamentos a que todos os ateus devam respeitar.[11]


Etimologia


No grego antigo, o adjetivo atheos (ἄθεος) formado pelo prefixo grego a-, significando "ausência" e o radical "teu", derivado do grego theós, significando "deus". O significado literal do termo é, então: "sem deus".

A palavra passou a indicar de forma mais direta pessoas que não acreditavam em deuses no século V a.C., adquirindo definições como "cortar relações com os deuses" ou "negar os deuses" em vez do anterior significado de ἀσεβής (asebēs) ou "incrédulo". Modernas traduções de textos clássicos, por vezes tornam atheos como "ateu". Como um resumo substantivo, também houve ἀθεότης (atheotēs), "ateísmo". Cícero traduziu a palavra do grego para a palavra em latim atheos. O uso frequente do termo no sentido pejorativo era encontrado no debate entre os primeiros cristãos e os Helênicos.[12]

Karen Armstrong escreve que "Durante os séculos XVI e XVII, a palavra "ateu" ainda era reservada exclusivamente para a polêmica … O termo "ateu" foi um insulto. Ninguém teria sonhado de pôr-se um ateu."[13] O termo "ateísmo" foi utilizado pela primeira vez para descrever uma crença autoconfessa europeia, no final do século XVIII, especificamente denotando descrença no deus monoteísta abraâmico.[14] No século XX, a globalização contribuiu para a expansão do termo para referir-se à descrença em todos os deuses, embora ainda seja comum na sociedade ocidental descrever ateísmo como simplesmente "descrença em Deus."[15] Mais recentemente, tem havido um movimento em certos círculos filosóficos para redefinir ateísmo como a "ausência de crença em divindades", e não como uma crença em si mesmo; esta definição tornou-se popular em comunidades ateístas, embora sua utilização tenha sido limitada.[15][16][17]

Definicao


O ateísmo é considerado como uma posição ideológica em relação à crença em deuses. Não pode ser considerado como um tipo específico de religião já que, na maioria das definições aceitas, para que uma dada perspectiva seja classificada como tendo caráter religioso, esta deve ter como elemento central a crença em entidades sobrenaturais, além de possuir rituais e ensinamentos que conduzem um tipo de moralidade. Certas correntes filosóficas podem ser consideradas como ateístas, mas o conceito de ateísmo não se prende a uma filosofia ou religião específica. Há, inclusive, algumas correntes do Budismo e Jainismo podem ser denominadas ateístas por não apresentarem nenhuma concepção de deus, no entanto, não devemos confundir Budismo com ateísmo.
Bertrand Russell, representante do ateísmo fraco no século XX.

De fato, existem tantos ateus, diferentes entre si, quanto as pessoas de uma dada população, no seu todo. Pelo simples fato de uma pessoa ser ateísta, não se pode inferir que esta pessoa esteja alinhada a qualquer crença positiva particular (isto é, que não se limite à ausência de crença) e não implica a aceitação de qualquer sistema filosófico específico. O ateísmo também não é uma visão do mundo ou um modo de vida: O ateísmo não define gostos, visões políticas ou valores morais. Muitos associam o ateísmo ao socialismo, no entanto, não há nenhuma relação que deriva do ateísmo que resulte no socialismo. Ateus podem ocupar diferentes ideologias políticas e econômicas. Ateus são livres para discordar inclusive no que diz respeito ao papel da crença religiosa na sociedade e no indivíduo - embora algumas correntes políticas ateístas tenham optado pela repressão, como por exemplo, a antiga União Soviética, que alegava que os religiosos tinham sido cúmplices do regime czarista.

Frequentes alegações contra o ateísmo incluem acusações que definitivamente entrariam em contradição com a própria definição do termo. Uma atribuição comum é de que ateus defendem a adoração de Satã (do hebraico satan, "o adversário"). Obviamente que tal afirmativa só faria sentido dentro contexto em que se valida a existência de deuses. O Satanismo, portanto, é uma religião por definição, sendo rejeitada pelos ateus. As crenças típicas da "Nova Era", ou semelhantes, são também rejeitadas, em princípio, por qualquer ateu.


O ateísmo no mundo e na história


A Encyclopædia Britannica estima que cerca de 2,5% da população mundial se classifica como ateísta. Parte considerável da população mundial, cerca de 20%, descreve-se como "não-religiosa" - termo que engloba agnósticos e deístas. O ateísmo é um pouco mais preponderante na Europa e na Rússia do que nos Estados Unidos e raramente se encontra no terceiro mundo (existe, contudo, em Estados que durante a Guerra Fria eram considerados do 2º mundo, onde o ateísmo é ideologia oficial do Estado, como a República Popular da China, a Coreia do Norte e Cuba uma elevada percentagem de ateus). De acordo com uma pesquisa de 2003, 33% dos franceses adultos dizem que o termo "ateu" define muito bem sua posição sobre religião. Destaca-se 59% da população da República Checa, que se declara como ateísta.
É possível que o ateísmo esteja mais disseminado do que as pesquisas sugerem. Ateus que expressam abertamente a sua opinião passam frequentemente a carregar um estigma social, correndo o risco de serem discriminados, ou, em alguns países, condenados à morte. Alguns adeptos de visões teístas julgam aqueles que não professam qualquer crença em divindades como sendo amorais ou não confiáveis - inadequados, portanto, como membros da sociedade. O ateísmo já foi considerado crime em muitas sociedades antigas, sendo-o ainda em algumas da actualidade. As escrituras de muitas religiões condenam os descrentes. Podemos encontrar um exemplo bíblico na história de Amaleque. Na Europa Medieval, o ateísmo era tido como amoral e muitas vezes criminoso; ateus podiam ser sentenciados à morte na fogueira,[18] especialmente em países onde actuava a Inquisição. Enquanto o Protestantismo sofria discriminação e perseguição pela então dominante Igreja Católica Romana[19][20], Calvino também defendia a morte de ateus e hereges na fogueira.[21] O fato é que algumas igrejas, seitas ou grupos perseguiram, e ainda hoje perseguem, aqueles que não compartilham de suas interpretações religiosas, perseguindo ateus e teístas - mesmo aqueles que fazem parte da mesma religião mas que se insiram em grupos, seitas ou igrejas com interpretações religiosas distintas.
Por outro lado, o ateísmo é, por vezes, a posição oficial de países marxistas, como a ex-União Soviética, o ex-bloco Oriental e a República Popular da China. Karl Marx, ateu e descendente de rabino judeu, afirmava que religião é "o ópio do povo". Queria com isto afirmar que esta existe para encobrir o verdadeiro estado das coisas numa sociedade, tornando os indivíduos mais receptivos ao controle social e exploração. Concomitantemente, afirmava que a religião era "a alma de um mundo sem alma", querendo assim dizer que a experiência religiosa surgia como uma reação normal de busca de sentido numa realidade social alienante. Doutrinas marxistas à parte, o fato é que tais Estados encontraram um meio de desencorajar todas as religiões no intuito de enfraquecer quaisquer possíveis centros de oposição ao seu completo controle sobre esses Estados. Na União Soviética e na República Popular da China, eram toleradas algumas igrejas que se submetiam ao estrito controle do estado. É notável que a resistência ao marxismo frequentemente encontrasse focos em assuntos religiosos, e ao papa João Paulo II é muitas vezes dado o crédito de ter ajudado a terminar com o marxismo no Leste Europeu. A luta do Dalai Lama pela independência do Tibet seria outro exemplo.
Desde a Segunda Guerra Mundial, toda formatura militar nos Estados Unidos é acompanhada pelo freqüente uso dos dizeres "Não existem ateus em trincheiras" [carece de fontes?]. Durante a Guerra Fria, o fato de os inimigos dos EUA serem oficialmente ateus ("Comunistas sem Deus") e o Macartismo somaram-se à visão de que ateus não são confiáveis nem patriotas. Na campanha presidencial de 1987 nos (oficialmente seculares) EUA, George H. W. Bush disse "não sei se ateus deveriam ser considerados como cidadãos nem como patriotas. Essa é uma nação sob Deus."[22] Declarações similares foram feitas durante a discussão que cercava a inclusão da frase "sob Deus" no Juramento de Lealdade Americano, palavras que foram adicionadas ao juramento no início do período da Guerra Fria.

Apesar das atitudes do período de Guerra Fria, os ateus são legalmente protegidos da discriminação nos EUA e são os mais fortes advogados da separação legal entre igreja e Estado. Os tribunais estadunidenses regularmente interpretam o requisito constitucional em relação à separação entre Igreja e Estado como sendo protetor da liberdade dos descrentes, e também proibindo o estabelecimento de qualquer estado religioso. Os ateus muitas vezes resumem a situação legal com a frase: "Liberdade religiosa também significa liberdade da não religião."

A despeito dos preconceitos, a desfiliação religiosa cresce em vários países, incluindo os lusófonos. No Brasil, de acordo com dados do IBGE,[23] 7,4% (cerca de 12,5 milhões) da população declaram-se sem religião, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas. A religião não é a única fonte de formulação de valores éticos e morais, pois a secularização das sociedades é algo inegável.

Apesar do termo ateísmo ter se originado na França do século XVI,[24] as ideias que são hoje reconhecidas como ateístas são documentadas desde a antiguidade clássica e o período védico.


Antiga religião hindu


Escolas ateístas são encontradas no hinduísmo, que é por outro lado uma religião muito teísta. A completamente materialista e anti-teísta escola filosófica Cārvāka que se originou na Índia em torno do século VI a.C. provavelmente é a escola mais explicitamente ateísta de filosofia na Índia. Este ramo da filosofia indiana é classificado como um sistema heterodoxo e não é considerado parte das seis escolas ortodoxas do hinduísmo, mas é notável como evidência de um movimento materialista dentro do hinduísmo.[25] Chatterjee e Datta explicam que a nossa compreensão da filosofia Cārvāka é fragmentária, baseada principalmente na crítica das ideias por outras escolas, e que não é uma tradição viva:

"Apesar de que o materialismo de alguma forma ou de outra sempre esteve presente na Índia, e referências ocasionais sejam encontradas nos Vedas, na literatura budista, nos épicos, bem como nas obras filosóficas posteriores, não encontramos nenhum trabalho sistemático sobre o materialismo, nem qualquer escola organizada de seguidores como as outras escolas filosóficas possuem. Mas quase todos os trabalhos das outras escolas mencionam, por refutação, os pontos de vista materialistas. Nosso conhecimento do materialismo indiano baseia-se sobretudo nesses trabalhos.[26]

Outras filosofias indianas geralmente consideradas como ateístas incluem samkhya clássica e mimāṃsā. A rejeição de um Deus criador pessoal também é vista no jainismo e no budismo na Índia.[27]


Tipos de ateus


Em termos gerais, o ateu é visto como alguém que aspira à objetividade e que recusa qualquer dogma. Muitos são céticos. Recusam-se a acreditar em algo por meio da fé, essencialmente e assumidamente irracional. A mesma fé que, sendo o sustentáculo das crenças de grande parte dos teístas, não o é obrigatoriamente: as idéias teístas nem sempre dependem dela. Muitos ateus consideram que a concepção mais frequente de divindade, tal como é apresentada pela maioria das religiões, é essencialmente autocontraditória, sendo logicamente impossível a sua existência. Outros ateus também podem ser levados a rejeitar a ideia de um deus por estar em desacordo com sua ideologia.

Alguns dos que poderiam ser chamados ateus não se identificam com o termo, preferindo ser chamados de agnósticos, ou seja, ainda que deixem aberta essa possibilidade, não afirmam nem negam a existência de qualquer entidade divina, de modo que não orientam a sua vida ou suas escolhas com base no pressuposto na existência de potências sobrenaturais. Nesse caso, o agnosticismo identificar-se-ia com o "ateísmo fraco". Para muitos, o verdadeiro ateu não aceitaria nenhuma das posições acima, sendo que julga a inexistência de deuses pela impossibilidade física ou lógica dos mesmos. Não abre chance a possibilidades, pois já estaria provada pela natureza em si sua posição. Essa corrente é a também chamada de "ateísmo forte". Em última instância, há vários tipos de ateus e muitas justificativas filosóficas possíveis para o ateísmo. Desse modo, se quiser descobrir por que uma pessoa em particular diz ser ateísta, o melhor é perguntar-lhe directamente.



Ateísmo teórico



O ateísmo teórico produz teorias filosóficas sobre a ausência de Deus, a realidade do universo e da vida na Terra, sem intervenção divina. É baseado em elementos da filosofia, para o definir um horizonte teórico de ateísmo conceitual, em vez de políticos, éticos ou sociológicas. Dois são elementos conceituais:

1) a teórica impossibilidade da existência de Deus,

2) a formulação de uma filosofia ateísta. Na perspectiva teórica do ateísmo o objetivo não é combater a religião, mas a ideia filosófica do divino em todas as suas expressões: metafísica.


Ateus Famosos


A
Adam Savage, idealizador e apresentador o programa Mythbusters do Discovery Channel.
Adrianne Curry, modelo e atriz estadunidense
Albert Einstein, cientista alemão (uma carta escrita por ele levantou a hipótese de que ele se tornou ateu no fim de sua vida[1]), mas antes ele é considerado um pandeísta pelos historiadores.
Angelina Jolie, atriz americana.
Ann Druyan é escritora e produtora de projetos de popularização e explanação científica.
Antonio Banderas, ator, produtor, cantor e diretor espanhol de cinema.
Arthur C. Clarke foi escritor e inventor britânico.
Arundhati Roy escritora e activista indiana.
Asia Argento, atriz italiana.
Ayaan Hirsi Ali, política e ativista neerlandesa, defensora dos direitos humanos.

* A. K. Antony (Em Inglês)
* Abdul Rashid Dostum
* Abie Philbin Bowman (Em Inglês)
* Abraham Kovoor (Em Inglês)
* Abram Deborin (Em Inglês)
* Abu Abraham (Em Inglês)
* Adam Carolla
* Adam Gierek (Em Inglês)
* Adam Rapacki (Em Inglês)
* Adam Savage
* Adil Omar (Em Inglês)
* Adin Talbar (Em Inglês)
* Adithya (Em Inglês)
* Adolf Warski (Em Inglês)
* Adolph Joffe (Em Inglês)
* Adrian Wooldridge (Em Inglês)
* Adrianne Curry
* Afonso Costa
* Afshin Ellian (Em Inglês)
* Ahmet Altan (Em Inglês)
* Akeel Bilgrami (Em Inglês)
* Alain de Botton
* Alan Brownjohn (Em Inglês)
* Alan Cumming
* Alan Davies (Em Inglês)
* Alan Greenspan
* Alan Sugar (Em Inglês)
* Alan Turing[2]
* Alan Wolfe (Em Inglês)
* Alastair Campbell (Em Inglês)
* Albert Camus
* Albert Einstein
* Albert Ellis
* Albert Jacquard
* Aldous Huxley
* Alec Erwin (Em Inglês)
* Alejandro Amenábar
* Aleksander Kwaśniewski
* Aleksander Zawadzki (Em Inglês)
* Aleksandr Lukashenko
* Aleksandr Zinovyev (Em Inglês)
* Alenka Zupančič (Em Inglês)
* Alex Garland
* Alexander Erwin
* Alexander Kapranos
* Alexander McQueen
* Alexander Poskrebyshev (Em Inglês)
* Alfred Edward Housman
* Alfred Gilbert
* Alfred Hitchcock[3]
* Alfred Hrdlicka
* Alfred Jules Ayer
* Alfred Kinsey
* Alfred Reginald Radcliffe-Brown
* Alfred Tarski
* Ali Esbati (Em Inglês)
* Alice Nutter (escritor) (Em Inglês)
* Allan Pinkerton (Em Inglês)
* Allen Tate (Em Inglês)
* Allan Pinkerton (Em Inglês)
* Álvares de Azevedo
* Álvaro Cunhal
* Amanda Donohoe (Em Inglês)
* Amartya Sen
* Amber Heard
* Ambrose Bierce
* Amund Svensson (Em Inglês)
* Amy Alkon (Em Inglês)
* Anacharsis Cloots
* Ananda Selah Osel (Em Inglês)
* Anaxágoras de Clazômenas
* Anaximandro
* André Breton
* André Comte-Sponville[4]
* Andréa Beltrão[5]
* Andrea Camilleri
* Andreas Heldal-Lund (Em Inglês)
* Andrei Linde
* Andrew Carnegie
* Andrew Denton (Em Inglês)
* Andrew Marr (Em Inglês)
* Andrew Motion (Em Inglês)
* Andy McKee
* Andy Partridge (Em Inglês)
* Andy Richter (Em Inglês)
* Andy Rooney
* Andy Serkis
* Angela Carter
* Angelina Jolie
* Angerfist
* Angus John "Gus" Macdonald (Em Inglês)
* Ani DiFranco
* Ann Druyan
* Anna Blundy (Em Inglês)
* Anna Nolan (Em Inglês)
* Anna Richardson (apresentadora) (Em Inglês)
* Annie Laurie Gaylor (Em Inglês)
* Antero de Quental
* Anthony Clifford Grayling (Em Inglês)
* Anthony Daniels (psiquiatra)
* Anthony Heilbut (Em Inglês)
* Anthony Holden (Em Inglês)
* Antonio Banderas
* Antônio Fagundes[6]
* Antonio Gramsci
* António Pestana Garcia Pereira
* Antony Gormley (Em Inglês)
* Anwar Shaikh (Em Inglês)
* Archie Hind (Em Inglês)
* Ariane Sherine (Em Inglês)
* Aristide Briand
* Arkan Simaan
* Arnaldo Jabor
* Arnaud Denjoy
* Arnulf Øverland (Em Inglês)
* Arthur C. Clarke
* Arthur Miller
* Arthur Schopenhauer
* Arundhati Roy
* Arvīds Pelše (Em Inglês)
* As'ad AbuKhalil (Em Inglês)
* Asa Philip Randolph (Em Inglês)
* Asia Argento
* Asia Carrera
* August Palm (Em Inglês)
* Auguste Comte
* Auguste Corteau (Em Inglês)
* Augusto César de Miranda Azevedo
* Augusto dos Anjos
* Aurelio Juri (Em Inglês)
* Avgust Pirjevec (Em Inglês)
* Ayaan Hirsi Ali
* Ayn Rand
* Azhikodan Raghavan (Em Inglês)
* Aziz Nesin (Em Inglês)

B
Bill Gates filantropo, autor e fundador da Microsoft (agnóstico).
Bill Maher,comediante e escritor Norte-Americano.
Brad Pitt, ator norte-americano.
Brian Eno.
Bruce Willis, ator estadunidense.
Butterfly McQueen em Affectionately Yours (1941).

* Baba Amte (Em Inglês)
* Barack Obama, Sr.,[7] pai do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama II
* Barbara Ehrenreich
* Barbara Smoker (Em Inglês)
* Baichung Bhutia
* Baron d'Holbach (Em Inglês)
* Barry Driscoll (Em Inglês)
* Barry Duke (Em Inglês)
* Baruch Kimmerling (Em Inglês)
* Basava Premanand
* Bhagat Singh (Em Inglês)
* Beechi (Em Inglês)
* Béla Bartók
* Béla Kun
* Ben Elton (Em Inglês)
* Benedetto Croce
* Bengt Westerberg (Em Inglês)
* Benjamim Mota
* Benjamin Tucker
* Berkeley Breathed (Em Inglês)
* Bernadette Devlin McAliskey (Em Inglês)
* Bernard Williams (Em Inglês)
* Bertolt Brecht
* Bertrand Russell
* Bessie Braddock (Em Inglês)
* Beth Ditto
* Beverly Halstead (Em Inglês)
* Bhagat Singh (Em Inglês)
* Bill Gates[8]
* Bill Hayden
* Bill Maher
* Bill Thompson (Em Inglês)
* Billy Connolly
* Billy Hutchinson (Em Inglês)
* Billy Joel
* Bion de Borístenes (Em Inglês)
* Bishweshwar Prasad Koirala (Em Inglês)
* Björk
* Björn Strid (Em Inglês)
* Björn Ulvaeus
* Bob Avakian
* Bob Geldof
* Bob Woolmer
* Bolesław Bierut (Em Inglês)
* Boris Kidrič (Em Inglês)
* Boris Sidis
* Borut Pahor
* Brad Pitt[9]
* Bradley M. Kuhn
* Brandy Alexandre (Em Inglês)
* Brannon Braga (Em Inglês)
* Brendan Powell Smith (Em Inglês)
* Bret Michaels
* Brett Gurewitz
* Brian Eno
* Brian Flemming (Em Inglês)
* Brian Hall (actor) (Em Inglês)
* Brian Moore (novelista) (Em Inglês)
* Brian Sedgemore (Em Inglês)
* Brigid Brophy (Em Inglês)
* Bruce Hoffman (Em Inglês)
* Bruce Jesson (Em Inglês)
* Bruce Lee[9]
* Bruce Parry (Em Inglês)
* Bruce Sterling
* Bruce Willis[10]
* Bruno Bauer
* Bruno Jasieński
* Bryan Robertson (Em Inglês)
* Burrhus Frederic Skinner
* Burt Lancaster
* Buster Merryfield (Em Inglês)
* Butterfly McQueen

C
Caetano Veloso, compositor e cantor brasileiro
Carl Sagan
Charles Chaplin
Chico Buarque, compositor e cantor brasileiro
Cillian Murphy.

* Caetano Veloso[11]
* Calel Perechodnik (Em Inglês)
* Calvin Bridges
* Camila Pitanga[12]
* Camille Paglia
* Carl Reiner
* Carl Sagan
* Carlo Strenger (Em Inglês)
* Carlo Tamagnone
* Carlos Cardoso (Em Inglês)
* Carlos Carvalhas
* Carlos Drummond de Andrade[13]
* Carlos Madrazo (Em Espanhol)
* Carmen Argibay (Em Inglês)
* Carol Ann Duffy (Em Inglês)
* Cassia Eller
* Cazé Peçanha[14]
* Cecilia Bobrovskaya (Em Inglês)
* Celâl Şengör (Em Inglês)
* Cesare Merzagora (Em Italiano)
* Chandler Burr (Em Inglês)
* Chapman Cohen (Em Inglês)
* Charles Bradlaugh
* Charles Chaplin
* Charles Clarke (Em Inglês)
* Charles Darwin (Agnóstico)
* Charles Dickens
* Charles Lee Smith (Em Inglês)
* Charles M. Schulz
* Charles Maurras
* Charles Proteus Steinmetz
* Charles Thomas Beaird (Em Inglês)
* Charlie Brooker (Em Inglês)
* Che Guevara
* Chico Anysio
* Chico Buarque[11]
* China Miéville (Em Inglês)
* Christer Fuglesang
* Christer Sturmark (Em Inglês)
* Christian Lorenz
* Christopher Eccleston
* Christopher Hitchens
* Christopher Paolini
* Christopher Reeve
* Christopher Robin Milne (Em Inglês)
* Chumbawamba
* Chuck Schuldiner
* Cillian Murphy
* Ciril Ribičič (Em Inglês)
* Claire Rayner (Em Inglês)
* Clarence Darrow
* Clark Adams (Em Inglês)
* Claud Cockburn (Em Inglês)
* Claude Adrien Helvétius
* Claude Elwood Shannon
* Claude Simon
* Cláudia Raia
* Clement Attlee
* Clive James (Em Inglês)
* Clive Sinclair
* Colin Challen (Em Inglês)
* Colin Mackay (Em Inglês)
* Colin McGinn
* Constance Clara Garnett (Em Inglês)
* Constantine Fitzgibbon (Em Inglês)
* Corliss Lamont (Em Inglês)
* Craig Raine (Em Inglês)
* Craig Venter
* Crítias
* Culbert Olson (Em Inglês)
* Cvijetin Mijatović
* Cyril Connolly
* Czesław Kiszczak

D
Daniel Radcliffe, ator britânico.
David Bowie é um músico e ator britânico.
David Hume, filósofo e historiador britânico.
Dercy Gonçalves, atriz brasileira.
Diane Keaton atriz, produtora e diretora estadunidense.
Douglas Noël Adams foi um escritor e comediante britânico

* Dale Jackaman (político canadense) (Em Inglês)
* Dalton Trevisan
* Dan Barker
* Dan Gordon (actor) (Em Inglês)
* Dan Savage (Em Inglês)
* Dan Snow (Em Inglês)
* Daniel Bensaïd
* Daniel Dennett
* Daniel Everett
* Daniel Guérin
* Daniel Handler
* Daniel Radcliffe[9]
* Danny Elfman
* Dara Ó Briain (Em Inglês)
* Dario Fo
* Darren Aronofsky
* Dave Allen (comediante) (Em Inglês)
* Dave Barry (Em Inglês)
* Dave Eggers (Em Inglês)
* Dave Foley (Em Inglês)
* Dave Godin (Em Inglês)
* Dave Kong (Em Inglês)
* Dave Lombardo
* Dave Matthews
* David Aaronovitch (Em Inglês)
* David Baddiel (Em Inglês)
* David Bowie
* David Chalmers
* David Cronenberg
* David Cross (ator)
* David Edgar (dramaturgo) (Em Inglês)
* David Friedman
* David Feherty (Em Inglês)
* David Gilmour
* David Gray (cantor)
* David Grossman
* David Hare (dramaturgo) (Em Inglês)
* David Hume
* David Lewis
* David Marcus (Em Inglês)
* David Miliband (Em Inglês)
* David Mills (Em Inglês)
* David Sloan Wilson (Em Inglês)
* David Ramsay Steele (Em Inglês)
* David Starkey (Em Inglês)
* David Suzuki (Em Inglês)
* Dean Cameron (Em Inglês)
* Deborah Orr (Em Inglês)
* Demócrito de Abdera
* Deng Pufang (Em Inglês)
* Denis Diderot
* Denis Forman (Em Inglês)
* Dennis Skinner (Em Inglês)
* Dercy Gonçalves[15]
* Derek de Solla Price
* Derek Raymond (Em Inglês)
* Dermot Morgan (Em Inglês)
* Derren Brown (Em Inglês)
* Desmond Morris
* Diagoras de Melos (Em Inglês)
* Diana Athill (Em Inglês)
* Diana Wynne Jones
* Diane Farr (Em Inglês)
* Diane Keaton
* Dias Gomes
* Dick Gross (Em Inglês)
* Diego Rivera
* Dilsa Demirbag Sten (Em Inglês)
* Dimítris Christófias
* Diogo Mainardi
* Dmitri Shostakovitch
* Dmitry Puchkov (Em Inglês)
* Dom Joly (Em Inglês)
* Dominic Lawson (Em Inglês)
* Don Siegel
* Donald Dewar (Em Inglês)
* Donald Findlay (Em Inglês)
* Donita Sparks
* Dorothy Coade Hewett (Em Inglês)
* Douglas Campbell (político de Michigan) (Em Inglês)
* Douglas Houghton (Em Inglês)
* Douglas Kennedy (escritor) (Em Inglês)
* Douglas Noël Adams
* Dove-Myer Robinson (Em Inglês)
* Drauzio Varella[16][9]
* Dušan Pirjevec (Em Inglês)
* Dylan Evans (Em Inglês)
* Dylan Moran

E
Eddie Vedder, cantor e guitarrista estadunidense.
Emma Thompson atriz e roteirista britânica.
Epicuro filósofo grego.
Eva Green atriz francesa.

* E.O. Wilson
* Eamonn_McCann (Em Inglês)
* Earl Wild (Em Inglês)
* Ed Byrne (Em Inglês)
* Eddie Tabash (Em Inglês)
* Eddie Vedder[9]
* Edgar Rodrigues
* Edgar Varèse
* Edgard Leuenroth
* Edmund Cooper
* Edmund Leach (Em Inglês)
* Edmund Penning-Rowsell (Em Inglês)
* Edmund White
* Édson Celulari
* Edvard Brandes (Em Inglês)
* Edvard Kardelj (Em Inglês)
* Edward Aveling (Em Inglês)
* Edward Babiuch (Em Inglês)
* Edward Battersby Bailey
* Edward Clodd (Em Inglês)
* Edward Gierek (Em Inglês)
* Edward Morgan Forster
* Edward Ochab (Em Inglês)
* Edward Thomas Hall (Em Inglês)
* Edwin Kagin (Em Inglês)
* Edwin S. Shneidman (Em Inglês)
* Ehsan Jami (Em Inglês)
* Elaine Murphy (Em Inglês)
* Eleazar Sukenik (Em Inglês)
* Elias Petropoulos (Em Inglês)
* Élisée Reclus
* Elizur Wright (Em Inglês)
* Ellen Johnson (Em Inglês)
* Ellery Schempp (Em Inglês)
* Elly Winter (Em Inglês)
* Elyse Sewell (Em Inglês)
* Emanuel Haldeman-Julius (Em Inglês)
* Emcee Lynx (Em Inglês)
* Émile Durkheim
* Émile Zola
* Emma Goldman
* Emma Thompson
* Enomau de Gadara
* Enver Hoxha
* Epicuro
* Eric Ambler (Em Inglês)
* Eric de Maré (Em Inglês)
* Eric Sams (Em Inglês)
* Erich Fromm
* Erkki Hartikainen (Em Inglês)
* Ernest Hemingway
* Ernő Gerő (Em Inglês)
* Ernst Gombrich
* Ernst Ludwig Freud
* Ernst Mayr
* Ernst Thälmann
* Estraton de Lampsaco (Em Inglês)
* Ethel Lilian Voynich
* Eurípedes
* Eva Green
* Evan Harris (Em Inglês)
* Evêmero

F
Federico Fellini, cineasta italiano.
Fernando Alonso, bicampeão de fórmula 1.
Fidel Castro, político cubano.
Francis Crick, físico e bioquímico britânico.
Friedrich Nietzsche, filósofo alemão.

* Fabrizio Moretti
* Fariborz_Shamshiri (Em Inglês)
* Fausto Coppi
* Federico Fellini
* Feliks Kon (Em Inglês)
* Felipe Neto, vlogueiro famoso no You Tube com o vlog Não faz sentido.
* Felix Dennis (Em Inglês)
* Félix Dzerjinsky
* Fenriz
* Ferdo Kozak (Em Inglês)
* Fereidoun M. Esfandiary (Em Inglês)
* Fernando Alonso[17]
* Fernando Henrique Cardoso
* Fernando Nobre
* Fernando Savater
* Fernando Trueba
* Fernando Vallejo
* Ferreira Gullar[16]
* Ferruccio Busoni
* Fidel Castro
* Filipe II, Duque d'Orleães
* Finngeir Hiorth (Em Inglês)
* Fiona Pitt-Kethley (Em Inglês)
* Florian Siwicki (Em Inglês)
* Fran Albreht (Em Inglês)
* France Klopčič (Em Inglês)
* Frances Farmer
* Frances Partridge (Em Inglês)
* Frances Vernon (Em Inglês)
* Francis Crick
* Francis Henri Jean Siegfried Perrin
* Francis Sheehy-Skeffington (Em Inglês)
* Francis Wheen (Em Inglês)
* Francisco Louçã
* Franco Lucentini (Em Inglês)
* François Jacob
* Frank Close (Em Inglês)
* Frank Dalby Davison (Em Inglês)
* Frank Gordon Dobson
* Frank J. Tipler (Em Inglês)
* Frank Miller
* Frank P. Ramsey
* Frank Zappa
* Frank Kameny (Em Inglês)
* Franko B (Em Inglês)
* Franz Neumann
* Freda Utley (Em Inglês)
* Frederick Delius
* Frederick Douglass
* Frederick James Furnivall (Em Inglês)
* Frédéric Joliot
* Frederick Vosper (Em Inglês)
* Friedrich Engels
* Friedrich Karl Forberg
* Friedrich Nietzsche[18]
* Fritz Müller
* Fyfe Robertson (Em Inglês)

G
Gene Roddenberry, roteirista, produtor e criador de Star Trek
George Carlin, humorista, ator e autor estadunidense
George Clooney, ator e diretor estadunidense.
Giovanna Mezzogiorno, no festival de Veneza em 2009.
Gloria Steinem, escritora e palestrante feminista e anti-racista estadunidense

* G. H. Hardy
* Gabriel Byrne
* Gail Porter (Em Inglês)
* Gao Xingjian
* Gareth McLean (Em Inglês)
* Garth Ennis
* Gary Numan
* Gaspar Noé
* Gaudenz Canova (Em Inglês)
* Gavin Ewart
* Gavrilo Princip
* Geert Wilders (Em Inglês)
* Germaine Greer
* Gene Roddenberry
* Gene Weingarten (Em Inglês)
* Gene Wilder
* Geoff Rickly
* Geoffrey Burgon (Em Inglês)
* Geoffrey Ernest Maurice de Ste. Croix (Em Inglês)
* Georg Christoph Lichtenberg
* Georg Grosz
* Georg Lukács
* George Carlin
* George Clemenceau
* George Clooney
* George Douglas Howard Cole (Em Inglês)
* George Grote (Em Inglês)
* George Hamilton Smith (Em Inglês)
* George Hawi (Em Inglês)
* George Holyoake (Em Inglês)
* George Melly (Em Inglês)
* George Meyer (escritor) (Em Inglês)
* George Orwell
* George Santayana
* George Soros[19][20]
* George Taubman Goldie (Em Inglês)
* Georges Bataille
* Georges Vacher de Lapouge
* George Warrington Steevens (Em Inglês)
* Gerhard Richter
* Germán List Arzubide (Em Espanhol)
* Gherman Titov
* Giacomo Leopardi
* Gilbert Romme (Em Inglês)
* Gilles Deleuze
* Giovanna Mezzogiorno (Em Inglês)
* Giuliano Ferrara (Em Inglês)
* Giulio Giorello (Em Inglês)
* Giulio Mancini (Em Inglês)
* Giuseppe Garibaldi
* Glória Maria
* Gloria Steinem
* Gordon Gould
* Gore Vidal
* Goparaju Ramachandra Rao (Em Inglês)
* Graciliano Ramos
* Graeme Samuel (Em Inglês)
* Graham Allen (político) (Em Inglês)
* Graham Greene
* Graham Oppy (Em Inglês)
* Grayson Perry (Em Inglês)
* Greg Egan (Em Inglês)
* Greg Graffin
* Gregor Golobič (Em Inglês)
* Gregor Tomc (Em Inglês)
* Greydon Square (Em Inglês)
* Griff Rhys Jones (Em Inglês)
* Guido Cavalcanti
* Guillermo Kahlo
* Günter Grass
* Guy Aldred
* Guy Pearce
* Guy Pratt
* Gwen Raverat (Em Inglês)
H
H. G. Wells, escritor britânico e membro da Sociedade Fabiana.
Harriet Martineau, jornalista, escritora, ativista e socióloga britânica.
Helena Bonham Carter, atriz britânica.

* H. G. Wells
* Halldór Laxness
* Hanna Sheehy-Skeffington (Em Inglês)
* Hans Beimler (Comunista) (Em Inglês)
* Harkishan Singh Surjeet (Em Inglês)
* Harlan Ellison
* Harold Pinter
* Harold Rubin (Em Inglês)
* Harold Walter Kroto
* Harriet Martineau
* Harry Harrison (Em Inglês)
* Harvey Fierstein
* Heather Mac Donald (Em Inglês)
* Heather Mallick (Em Inglês)
* Hector Avalos (Em Inglês)
* Hector Berlioz
* Hedi Stadlen (Em Inglês)
* Helen Mirren
* Helena Bonham Carter
* Helena Sheehan (Em Inglês)
* Helena Wolińska-Brus (Em Inglês)
* Hélio Schwartsman[21]
* Hemant Mehta (Em Inglês)
* Henry Burstow (Em Inglês)
* Henry Louis Vivian Derozio (Em Inglês)
* Henry Rollins
* Henry Stephens Salt (Em Inglês)
* Henryk Walecki (Em Inglês)
* Herbert Fisher (Em Inglês)
* Herbert de Souza, Betinho
* Herbert Marcuse
* Herbert Simon
* Herman Philipse (Em Inglês)
* Hermann Bondi
* Hermann Muller
* Hilary Minc (Em Inglês)
* Hippo (filósofo) (Em Inglês)
* Hossein Derakhshan
* Howard Brenton (Em Inglês)
* Howard Dalton (Em Inglês)
* Howard Jacobson
* Howard Phillips Lovecraft
* Howard Stern
* Hugh Christopher Longuet-Higgins (Em Inglês)
* Hugh Everett III
* Hugh Falkus (Em Inglês)
* Hugh Laurie

I
Ingrid Newkirk, ativista pelos direitos do animais
Isaac Asimov, escritor de ficção científica, autor de Eu, robô e da trilogia Fundação.

* Iain M. Banks
* Ian Dickson (magnata da música) (Em Inglês)
* Ian McDiarmid
* Ian McEwan
* Ian McKellen
* Ian O'Doherty (Em Inglês)
* Ian Smith (ator) (Em Inglês)
* Ida Maria
* Ignacio Ramírez (Em Espanhol)
* Igor Bavčar (Em Inglês)
* Ingmar Bergman
* Ingrid Newkirk
* Ira Glass (Em Inglês)
* Iris Murdoch
* Irvin D. Yalom
* Irvine Welsh
* Ion Iliescu
* Isaac Asimov
* Isaac Babel
* Isaac Brock (músico) (Em Inglês)
* Isaac Deutscher
* Ismail Kadaré
* István Vágó (Em Inglês)
* Italo Calvino
* Iúri Andropov
* Iuri Gagarin
* Ivan Petrovich Pavlov[2]
* Ivana Bacik (Em Inglês)
* Ivica Račan
* Ivo Urbančič (Em Inglês)
* Ivy Compton-Burnett
* Iwona Blazwick (Em Inglês)

J
James Cameron, diretor de cinema.
James Randi, ilusionista, desenganador e cético.
James Watson, biólogo estadunidense.
Jamie Hyneman, idealizador e apresentador o programa Mythbusters do Discovery Channel.
Jane Asher, atriz britânica.
Janeane Garofalo atriz, comediante, ativista política e locutora de rádio estadunidense.
Jimmy Wales, fundador da Wikipédia.
Jodie Foster, Atriz, diretora e produtora estadunidense.
John Lennon, músico, compositor e ativista em favor da paz britânico.
Jorge Amado, romancista brasileiro.
José Saramago, escritor e poeta português.
Julianne Moore, atriz estadunidense.

* J. B. S. Haldane
* J. Michael Straczynski
* Jacek Kuroń (Em Inglês)
* Jack Dormand (Em Inglês)
* Jack Nicholson[22]
* Jack Suchet (Em Inglês)
* Jacques Gruet (Em Inglês)
* Jacques Hébert
* Jacques Monod
* Jacques Rousseau (ativista) (Em Inglês)
* James Callaghan
* James Cameron
* James Frey (Em Inglês)
* James Hall of Dunglass (Em Inglês) (geólogo)
* James Henry Leuba (Em Inglês)
* James Hetfield
* James Joyce
* James Kelman (Em Inglês)
* James Patrick Cannon
* James Rachels
* James Randi
* James Thomson (B.V.) (Em Inglês)
* James Watson
* Jamie Hyneman
* Jan Guillou
* Jan Hein Donner
* Jan Kott (Em Inglês)
* Jane Asher
* Janeane Garofalo
* Janer Cristaldo
* Janet Jagan
* Janko Pleterski (Em Inglês)
* Janusz Korczak
* Jason Burke
* Jason Schwartzman
* Jaume Cañellas Galindo (Em Espanhol)
* Javed Akhtar (Em Inglês)
* Javier Bardem
* Jawaharlal Nehru[2]
* Jay Rayner (Em Inglês)
* Jean-François Revel
* Jean Meslier (Em Inglês)
* Jean-Paul Sartre
* Jeff Hanneman
* Jeffrey S. Medkeff (Em Inglês)
* Jeffrey Tayler
* Jelena Đurović (Em Inglês)
* Jello Biafra
* Jemima Blackburn (Em Inglês)
* Jens Peter Jacobsen (Em Inglês)
* Jens Stoltenberg
* Jeremy Brock
* Jeremy Clarkson (Em Inglês)
* Jerónimo de Sousa
* Jerry Coyne (Em Inglês)
* Jerry Wexler (Em Inglês)
* Jerzy Czeszejko-Sochacki (Em Inglês)
* Jerzy Kawalerowicz
* Jerzy Urban (Em Inglês)
* Jesse Ventura
* Jesus Norberto Gomes[23]
* Jiang Zemin
* Jill Singer (Em Inglês)
* Jim Broadbent
* Jim Crace (Em Inglês)
* Jim Kemmy (Em Inglês)
* Jim Reid
* Jimmy Carr (Em Inglês)
* Jimmy Wales[24]
* Joachim Kahl (Em Inglês)
* João Luíz Woerdenbag Filho, Lobão
* Joan Bakewell (Em Inglês)
* Joan Brossa
* Joan Smith (novelista e jornalista) (Em Inglês)
* Joanna Senyszyn
* João Cabral de Melo Neto
* Joaquin Phoenix
* Joaquín Sabina
* Jodie Foster[9]
* Joe Ahearne (Em Inglês)
* Joe Bossano (Em Inglês)
* Joe Simpson (Em Inglês)
* Joe Slovo (Em Inglês)
* Joel Joffe (Em Inglês)
* Johan Cruijff
* Johan Norberg
* Johann Hari (Em Inglês)
* Johann Most
* Johann von Miquel (Em Inglês)
* Johannes Brahms
* John Allen Paulos (Em Inglês)
* John Anderson (filosofo) (Em Inglês)
* John Baskerville (Em Inglês)
* John Brockman (agente literário) (Em Inglês)
* John Byrne
* John Carmack
* John Clifford Mortimer (Em Inglês)
* John Diamond (jornalista) (Em Inglês)
* John Doyle (Em Inglês)
* John Ernest (Em Inglês)
* John Fowles
* John Harris (crítico) (Em Inglês)
* John Humphrys (Em Inglês)
* John Huston
* John Lennon
* John Leslie (físico) (Em Inglês)
* John Leslie Mackie (Em Inglês)
* John Mackinnon Robertson (Em Inglês)
* John Malkovich
* John Maxton (Em Inglês)
* John Maynard Smith
* John McCririck (Em Inglês)
* John Morley (Em Inglês)
* John Orley Allen Tate (Em Inglês)
* John Oswald (ativista) (Em Inglês)
* John Reed
* John Searle
* John Stuart Mill
* John William Gott (Em Inglês)
* Jonathan Ames (Em Inglês)
* Jonathan Barnes (Em Inglês)
* Jonathan Coe (Em Inglês)
* Jonathan Edwards (Em Inglês)
* Jonathan Haidt
* Jonathan Katz (Em Inglês)
* Jonathan Miller (Em Inglês)
* Jonathan Myerson (Em Inglês)
* Jonny Craig (Em Inglês)
* Jorge Amado
* Jorge Oteiza
* José González
* José Orozco
* José Saramago
* Josef Stalin
* Joseph Agassi
* Joseph Conrad
* Joseph Daleiden
* Joseph Dietzgen
* Joseph Edamaruku (Em Inglês)
* Joseph Lewis (Em Inglês)
* Joseph McCabe
* Joseph Ritson
* Joseph Weber (Em Inglês)
* Joss Whedon
* Joyce Carol Oates
* Jože Javoršek (Em Inglês)
* Jože Pučnik (Em Inglês)
* Józef Cyrankiewicz (Em Inglês)
* Józef Pińkowski (Em Inglês)
* Juan O'Gorman
* Juca Kfouri[25]
* Jules Ferry
* Jules Marshall (Em Inglês)
* Julia Pascal (Em Inglês)
* Julia Phillips (Em Inglês)
* Julia Sweeney (Em Inglês)
* Julian Baggini (Em Inglês)
* Julian Barnes (Em Inglês)
* Julian Huxley
* Julian Leszczyński (Em Inglês)
* Julian Marchlewski (Em Inglês)
* Julianne Moore[9]
* Julien Offray de La Mettrie
* Juliet Stevenson (Em Inglês)
* Julio Anguita (Em Inglês)
* Júlio Ribeiro
* Julius Axelrod[26]
* Jürgen Habermas
* Juš Kozak (Em Inglês)
* Justin Brown (Em Inglês)
* Justin Currie (Em Inglês)
* Justin Sane
* Jyoti Basu
K
Karl Marx, filosofo, autor de O Capital. É famoso por sua afirmação de que "A religião é o ópio do povo."
Katharine Hepburn,atriz norte americana.

* K. Anbazhagan (Em Inglês)
* Kai Nielsen (Em Inglês)
* Kakodaimonistai (Em Inglês)
* Kamal Haasan (Em Inglês)
* Kanimozhi (Em Inglês)
* Karl Kautsky
* Karl Marx[27]
* Karl Popper
* Karol Świerczewski (Em Inglês)
* Kate Pullinger (Em Inglês)
* Katharine Hepburn[9]
* Kathleen Hanna
* Kathy Griffin (Em Inglês)
* Kazimierz Kutz (Em Inglês)
* Kazimierz Łyszczyński (Em Inglês)
* Keanu Reeves[28]
* Keith Allen (Em Inglês)
* Keith Hopkins
* Keith Porteous Wood (Em Inglês)
* Kemal Kirisci (Em Inglês)
* Ken Follett
* Ken Livingstone
* Kenneth Tynan (Em Inglês)
* Kenny Hotz (Em Inglês)
* Keri Hulme (Em Inglês)
* Kerry King
* Kevin Bacon
* Kevin Cameron (músico) (Em Inglês)
* Kevin Macdonald (direitor) (Em Inglês)
* King Diamond
* Kingsley Amis
* Knut Wicksell
* Konstantin Chernenko
* Kostas_Kappos (Em Inglês)
* Kristin Clemet (Em Inglês)
* Krystyna Łybacka (Em Inglês)
* Kuba Wojewódzki (Em Inglês)
* Kurt Vonnegut
* Kurt Westergaard
L
Leonardo da Vinci, polímata italiano
Liam Gallagher, músico britânico. Foi o líder, junto com seu irmão Noel, da banda Oasis.
Lima Duarte (ator), diretor e dublador brasileiro

* Lalla Ward
* Lance Armstrong
* Lancelot Hogben
* Larry Adler
* Larry Flynt
* Lars Ohly (Em Inglês)
* Laurie Taylor (Em Inglês)
* Lauro César Muniz
* Lawrence Bush (Em Inglês)
* Lawrence Krauss
* Lazar Koliševski
* Lazar Mojsov (Em Inglês)
* Le Corbusier
* Lea Rosh (Em Inglês)
* Lech Janerka (Em Inglês)
* Lee Smolin
* Leila Diniz
* Lemmy Kilmister
* Lemony Snicket
* Lenin
* Leo Blair (Em Inglês)
* Leon Festinger
* Leon Trótski
* Leonard Mlodinow
* Leonard Peikoff (Em Inglês)
* Leonard Susskind
* Leonard Woolf (Em Inglês)
* Leonardo da Vinci[carece de fontes?]
* Leoš Janáček
* Leszek Miller
* Lewis Wolpert (Em Inglês)
* Liam Gallagher
* Lily Braun (Em Inglês)
* Lily Tomlin
* Lima Duarte (ator)[29]
* Linda Grant (jornalista) (Em Inglês)
* Linda Smith (comediante) (Em Inglês)
* Linton Kwesi Johnson (Em Inglês)
* Linus Benedict Torvalds[30]
* Linus Pauling
* Lori Lipman Brown (Em Inglês)
* Lucy Mangan (Em Inglês)
* Ludovic Kennedy (Em Inglês)
* Ludwig Büchner
* Ludwig Feuerbach
* Luis Buñuel
* Luís Carlos Prestes
* Luisa Isabel Álvarez de Toledo (Em Espanhol)
* Luke O'Reilly (Bel's Boys) (Em Inglês)
* Lynn Barber (Em Inglês)
M
Machado de Assis, escritor brasileiro.
Madalyn Murray O'Hair, ativista do ateismo americana.
Marcelo Gleiser, físico teórico brasileiro (agnóstico)
Margaret Downey, ativista do ateismo americana.
Marie Curie, cientista polaca, primeira pessoa a ser laureada duas vezes Prémio Nobel.
Mark Twain, escritor, humorista e romancista norte-americano.
Mark Zuckerberg, fundador do Facebook.
Mary Ann Evans,uma escritora britânica.
Monica Bellucci, atriz e ex-modelo internacional italiana.
Monteiro Lobato, escritor brasileiro, pioneiro da literatura infanto-juvenil, autor de "O sítio do pica-pau amarelo".

* M. A. Baby (Em Inglês)
* M. Karunanidhi (Em Inglês)
* Machado de Assis
* Mackenzie Crook
* Madalyn Murray O'Hair (Em Inglês)
* Magnus Linklater (Em Inglês)
* Majda Širca (Em Inglês)
* Malu Mader[16]
* Manabendra Nath Roy (Em Inglês)
* Manuel Azaña Díaz
* Manuel de Landa
* Mao Tsé Tung
* Marc Alexander (Em Inglês)
* Marc Riley (Em Inglês)
* Marc Sinden (Em Inglês)
* Marcel Pagnol
* Marcel Reich-Ranicki
* Marceli Nowotko (Em Inglês)
* Marcelo Gleiser
* Marcus Brigstocke (Em Inglês)
* Marcus du Sautoy (Em Inglês)
* Marcus Siepen
* Marek Borowski (Em Inglês)
* Marek Rocki (Em Inglês)
* Margaret Downey (Em Inglês)
* Margaret Sanger
* Marghanita Laski (Em Inglês)
* Margot Kidder
* Maria Koszutska (Em Inglês)
* Marian Keyes
* Marian Spychalski (Em Inglês)
* Marie Curie
* Marie Jean Antoine Nicolas Caritat
* Marie Souvestre (Em Inglês)
* Mariela Castro
* Marilyn Manson
* Marina Warner (Em Inglês)
* Mário de Sá Carneiro
* Mário Furley Schmidt
* Mario Lago
* Mário Soares
* Marion Phillips (Em Inglês)
* Mark Haddon (Em Inglês)
* Mark Hofmann (Em Inglês)
* Mark Thomas (Em Inglês)
* Mark Twain
* Mark Zuckerberg
* Marlene Dietrich
* Marlon Brando
* Marquês de Sade
* Marshall Hall (músico) (Em Inglês)
* Marshall Brain (Em Inglês)
* Marshall Rosenbluth (Em Inglês)
* Martin Heidegger
* Martin O'Hagan (Em Inglês)
* Martin Rowson (Em Inglês)
* Mátyás Rákosi (Em Inglês)
* Mary Adams (Em Inglês)
* Mary Ann Evans
* Mary Butts (Em Inglês)
* Mary McCarthy (Em Inglês)
* Maryam Namazie
* Masha Gessen (Em Inglês)
* Massimo Pigliucci
* Matheus Nachtergaele
* Mathew Horne (Em Inglês)
* Matt Besser (Em Inglês)
* Matt Dillahunty (Em Inglês)
* Matt Groening[9]
* Matt Taibbi (Em Inglês)
* Matthew Bellamy
* Matthew Parris (Em Inglês)
* Matthew Syed (Em Inglês)
* Matthew Turner (Em Inglês)
* Maureen Freely (Em Inglês)
* Maurice Ravel
* Max Cavalera
* Max Horkheimer
* Max Stirner
* Mayer Hillman (Em Inglês)
* MC Chris (Em Inglês)
* Meghnad Desai, Barão de Desai (Em Inglês)
* Melissa Holbrook Pierson (Em Inglês)
* Michael Bywater (Em Inglês)
* Michael Caine
* Michael Cashman (Em Inglês)
* Michael Crichton
* Michael Foot
* Michael Kinsley (Em Inglês)
* Michael Kühntopf
* Michael Martin (filósofo) (Em Inglês)
* Michael Neumann (Em Inglês)
* Michael Newdow (Em Inglês)
* Michael Nugent (Em Inglês)
* Michael Parkinson (Em Inglês)
* Michael Pitt
* Michael Portillo (Em Inglês)
* Michael Ruse
* Michael Schmidt-Salomon (Em Inglês)
* Michael Shermer
* Michael Smith
* Michael Wayne Rosen (Em Inglês)
* Michael Tippett
* Michał Rola-Żymierski (Em Inglês)
* Michel Faber (Em Inglês)
* Michel Foucault
* Michel Houellebecq
* Michel Onfray
* Michel Warschawski
* Michelle Bachelet
* Mick Hume (Em Inglês)
* Mick Lally (Em Inglês)
* Mieczysław Moczar (Em Inglês)
* Mieczysław Rakowski
* Miguel Nicolelis [31]
* Miguel Torga
* Mike Burkett
* Mikelis Avlichos (Em Inglês)
* Mikhail Bakunin
* Mikhail Gorbachov
* Mikhail Kalinin
* Mikhail Lifshitz (Em Inglês)
* Mikhail Suslov
* Milan Vidmar (Em Inglês)
* Milly Lacombe[32]
* Milo Đukanović
* Milos Forman
* Miodrag Petković (Em Inglês)
* Mitch Clem (Em Inglês)
* Mitja Ribičič (Em Inglês)
* Mo Mowlam (Em Inglês)
* Momus
* Monica Bellucci[9]
* Monteiro Lobato
* Murat Belge (Em Inglês)
* Muriel Gray (Em Inglês)
* Murray Bookchin
* Mustis
N
Nigella Lawson, chef de cozinha, apresentadora de televisão e jornalista britânica.
Nílton Santos, ex-futebolista brasileiro
Noel Gallagher, guitarrista inglês, líder do grupo britânico Oasis.

* Nadine Gordimer
* Naguib Mahfouz
* Nando Reis[33]
* Napalm Death
* Narciso Bassols (Em Espanhol)
* Natalie Angier (Em Inglês)
* Natalie Dormer
* Nathaniel Branden (Em Inglês)
* Neal Pollack (Em Inglês)
* Ned Rorem (Em Inglês)
* Neil Jordan
* Neil Kinnock (Em Inglês)
* Neno Vasco
* Nestor Makhno
* Nguyen Minh Triet
* Nicci French (Em Inglês)
* Nicholas Bullen
* Nicholas Humphrey (Em Inglês)
* Nicholas Tomalin (Em Inglês)
* Nick Clegg
* Nick Frost
* Nick Palmer (Em Inglês)
* Nicolas Walter (Em Inglês)
* Nick Cohen (Em Inglês)
* Nigella Lawson
* Nikita Khrushchov
* Nikola Milošević (político) (Em Inglês)
* Nikolai Gavrilovitch Tchernichevski
* Nikolai Rimsky-Korsakov
* Nikolai Krylenko (Em Inglês)
* Nikolai Rimsky-Korsakov
* Nilde Iotti (Em Inglês)
* Nilton Santos
* Nina Hartley
* Noam Chomsky
* Noël Coward
* Noel Gallagher
* Normal Bob Smith (Em Inglês)
* Norman Douglas (Nova Zelândia) (Em Inglês)
* Norman Finkelstein
* Norman MacCaig (Em Inglês)
* Norman Pirie (Em Inglês)
* Nursultan Nazarbayev
* Nyamko Sabuni (Em Inglês)
O
Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro.

* Octave Mirbeau
* Olga Benário Prestes
* Olga Galchenko (Em Inglês)
* Oliver Kamm (Em Inglês)
* Oliver Sacks
* Omar Sharif
* Oona King (Em Inglês)
* Oriana Fallaci
* Orla Brady
* Oscar Filho
* Oscar Niemeyer[16]
* Oswald de Andrade
* Oswaldino Ribeiro Marques
* Owen Sheehy-Skeffington (Em Inglês)
P
Pablo Neruda, poeta chileno
Pablo Picasso, pintor espanhol.
Pat Condell, escritor e personalidade da internet inglês
Paul Dirac, físico teórico britânico
Paulo Autran, ator brasileiro
Penn & Teller desenganadores, ilusionistas e comediantes norte-americanos, ativistas do ateísmo, ceticismo e libertarianismo.
Percy Bysshe Shelley, poeta inglês, autor do tratado "A Necessidade do Ateísmo"

* Pablo Neruda
* Pablo Picasso
* Padraic McGuinness (Em Inglês)
* Palmiro Togliatti
* Paolo Flores d'Arcais (Em Inglês)
* Paolo Villaggio
* Pär Lagerkvist
* Pat Condell
* Patrick Bateson (Em Inglês)
* Patrick Maynard Stuart Blackett
* Patton Oswalt (Em Inglês)
* Paul Adrien Maurice Dirac
* Paul Auster
* Paul Barker (escritor) (Em Inglês)
* Paul Bettany
* Paul Delos Boyer
* Paul Edwards (filósofo) (Em Inglês)
* Paul Feyerabend
* Paul Foot (Em Inglês)
* Paul Georgescu (Em Inglês)
* Paul Giamatti
* Paul Gray
* Paul Heaton
* Paul Kelly (músico) (Em Inglês)
* Paul Krassner (Em Inglês)
* Paul Kurtz
* Paul Mazursky
* Paul Nurse
* Paul Taylor (coreógrafo) (Em Inglês)
* Paul Verhoeven
* Paul Zachary "PZ" Myers (Em Inglês)
* Paulo Autran[34]
* Paulo César Pereio
* Paulo Francis
* Pavel Gantar (Em Inglês)
* PC Siqueira
* Penn Jillette
* Penn & Teller
* Percy Bysshe Shelley
* Percy Grainger
* Perihan Mağden (Em Inglês)
* Periyar E. V. Ramasamy (Em Inglês)
* Pete Stark (Em Inglês)
* Peter Brearey (Em Inglês)
* Peter Brian Medawar
* Peter Buck
* Peter Caffrey
* Peter Eriksson (político) (Em Inglês)
* Peter Fuller (Em Inglês)
* Peter Higgs
* Peter Greenaway
* Peter Kropotkin
* Peter Lawrence (antropólogo) (Em Inglês)
* Peter Lipton (Em Inglês)
* Peter Maxwell Davies
* Peter Mitchell
* Peter Purves
* Peter Shaffer
* Peter Singer
* Peter Tatchell (Em Inglês)
* Peter W. Atkins
* Peter White (radialista) (Em Inglês)
* Peter Wilby (Em Inglês)
* Pēteris Stučka (Em Inglês)
* Phil Piratin (Em Inglês)
* Phil Sawford (Em Inglês)
* Phillip Adams (Em Inglês)
* Philip K. Paulson (Em Inglês)
* Philip Larkin
* Philip Pullman
* Phillip Whitehead
* Pier Paolo Pasolini
* Piergiorgio Odifreddi (Em Inglês)
* Pierre Berton (Em Inglês)
* Pierre Boulez
* Pierre Gripari
* Pierre-Joseph Proudhon
* Pierre-Jules Hetzel
* Pierre Loti (Em Inglês)
* Pierre Vidal-Naquet
* Pietro Acciarito
* Pío Baroja (Em Espanhol)
* Piotr Gadzinowski
* Piotr Jaroszewicz (Em Inglês)
* Piotr Kropotkin
* Pirro de Élis
* Pol Pot[35]
* Polly Toynbee (Em Inglês)
* Þórarinn Eldjárn (Em Inglês)
* Þorsteinn Gylfason (Em Inglês)
* Prachanda (Em Inglês)
* Primo Levi
* Primož Kozak (Em Inglês)
* Proinsias De Rossa (Em Inglês)
Q

* Quentin Smith (Em Inglês)

R
Rebecca Goldstein romancista americana e professora de filosofia.
Ricardo Boechat, jornalista brasileiro.
Richard Dawkins, escritor e cientista britânico, conhecido por defender e promover a Evolução e o Ateísmo.
Robin Williams, ator e comediante americano.
Rosa Luxemburgo, filósofa e economista polaca-alemã.
Rosika Schwimmer, defensora do Sufrágio feminino.
Rutka Laskier, autora de um diario de 3 meses sobre o Holocausto.

* Rabih Alameddine (Em Inglês)
* Rachel Griffiths
* Rado Riha (Em Inglês)
* Raimo Tuomela (Em Inglês)
* Rajeev Khandelwal (Em Inglês)
* Ram Gopal Varma (Em Inglês)
* Rastko Močnik (Em Inglês)
* Raul Hilberg
* Raul Pompéia
* Raul Seixas
* Raymond Firth
* Raymond Joseph Teller (Em Inglês)
* Raymond Tallis (Em Inglês)
* Ray Romano[36]
* Rebecca Goldstein (Em Inglês)
* Rebecca Lord
* Redmond O'Hanlon (Em Inglês)
* Reginald John Hollingdale (Em Inglês)
* Reginald Johnston (Em Inglês)
* Reginald Vaughn Finley, Sr. (Em Inglês)
* Reijo Mäki (Em Inglês)
* Renato M.E. Sabbatini
* Renato Russo [37]
* Rhys Davies (Em Inglês)
* Ricardo Boechat
* Ricardo de Araújo Pereira
* Ricardo Flores Magón
* Riccardo Montolivo
* Richard Boston (Em Inglês)
* Richard Branson
* Richard Carleton (Em Inglês)
* Richard Carrier (Em Inglês)
* Richard Dawkins
* Richard E. Grant (Em Inglês)
* Richard Feynman
* Richard Leakey
* Richard Matthew Stallman
* Richard Patrick
* Richard Roberts
* Richard Rodgers
* Richard Strauss
* Richard Thomas (músico) (Em Inglês)
* Ricky Gervais
* Rius (Em Espanhol)
* Robert A. Heinlein
* Robert Altman
* Robert Biedroń (Em Inglês)
* Robert Briffault (Em Inglês)
* Robert Cailliau
* Robert Crumb[38]
* Robert Fisk
* Robert Flynn
* Robert Frost
* Robert Graves
* Robert Green Ingersoll
* Robert Hugher, Barão de Woodside (Em Inglês)
* Robert Louis Stevenson
* Robert Patrick[39]
* Robert I. Sherman (Em Inglês)
* Robert Sapolsky
* Robert Todd Carroll (Em Inglês)
* Robert Scott Smith (Em Inglês)
* Robert Smith
* Robert Spitzer (psiquiatra) (Em Inglês)
* Robin Cook
* Robin Dixon (Em Inglês)
* Robin Ince (Em Inglês)
* Robin Jenkins (Em Inglês)
* Robin Lane Fox
* Robin Williams
* Robyn Williams (Em Inglês)
* Roddy Doyle (Em Inglês)
* Roger Martin du Gard
* Roger Waters
* Roger Willemsen (Em Inglês)
* Ron Reagan (Em Inglês)
* Ronald Plasterk (Em Inglês)
* Ronnie Kasrils (Em Inglês)
* Rosa Luxemburgo
* Rosika Schwimmer (Em Inglês)
* Roy Bailey (cantor) (Em Inglês)
* Roy Harper (músico) (Em Inglês)
* Roy Hattersley (Em Inglês)
* Ruairi Quinn (Em Inglês)
* Rubem Alves[40]
* Rubem Fonseca
* Rudolf Carnap
* Russell Brand
* Russell T Davies (Em Inglês)
* Ruth Dudley Edwards (Em Inglês)
* Ruth Jane Mack Brunswick (Em Inglês)
* Ruth Picardie (Em Inglês)
* Rutka Laskier (Em Inglês)

S
Salman Rushdie, ensaísta e autor de ficção britânico de origem indiana.
Sam Harris escritor, filósofo, e neurocientista estadunidense.
Sarah Bernhardt atriz e cortesã francesa.
Sarah Polley atriz, cantora e roteirista canadense.
Sarah Silverman comediante, atriz e escritora dos Estados Unidos.
Stephen Hawking, físico teórico britânico.
Steve Jobs empresário de informática estadunidense.
Suzana Herculano-Houzel, neurocientista brasileira.

* Sabine Jünger (Em Inglês)
* Sahodaran Ayyappan (Em Inglês)
* Sali Berisha
* Salman Rushdie
* Sam Fullbrook (Em Inglês)
* Sam Harris
* Sam Perrin (Em Inglês)
* Samarendra Maulik (Em Inglês)
* Samora Machel
* Samuel Beckett
* Samuel Taylor Coleridge
* Sanal Edamaruku
* Sandra Faber (Em Inglês)
* Sandro Pertini
* Santiago Carrillo
* Santiago Casares Quiroga
* Sarah Bernhardt
* Sarah Kane
* Sarah Polley
* Sarah Silverman
* Sarah Vowell (Em Inglês)
* Saraswathi Gora (Em Inglês)
* Savielly Tartakower
* Scott Atran (Em Inglês)
* Scott Ian
* Seamus Heaney
* Sean M. Carroll (Em Inglês)
* Sean Penn[9]
* Sean Williams (autor) (Em Inglês)
* Sebastian Horsley
* Sebastião Salgado
* Sébastien Faure
* Semyon Dimanstein (Em Inglês)
* Sergej Kraigher (Em Inglês)
* Seth Green
* Seth MacFarlane
* Sherwin Wine (Em Inglês)
* Shirley Manson
* Shiv Narayan Agnihotri (Em Inglês)
* Shreela Flather (Em Inglês)
* Shulamit Aloni
* Shulamith Hareven (Em Inglês)
* Sid Wilson
* Sigmar Polke (Em Inglês)
* Sigmund Freud
* Simon Blackburn
* Simon Callow (Em Inglês)
* Simon Heffer (Em Inglês)
* Simon Jenkins (Em Inglês)
* Simon Le Bon
* Simon Napier-Bell (Em Inglês)
* Simon Patterson
* Simon Winchester (Em Inglês)
* Simone de Beauvoir
* Sitaram Yechury (Em Inglês)
* Skandar Keynes
* Slavoj Žižek
* Sławomir Sierakowski (Em Inglês)
* Slobodan Milosevic
* Socrates [41][42]
* Srirangam Srinivasarao (Em Inglês)
* Stan Rice
* Stanislav Kosior (Em Inglês)
* Stanisław Grzesiuk (Em Inglês)
* Stanisław Kania (Em Inglês)
* Stanislaw Lem
* Stanley Donen
* Stanley Edgar Hyman (Em Inglês)
* Stefano Accorsi
* Stellan Skarsgård
* Stendhal
* Stephan Jenkins (Em Inglês)
* Stephanie Merritt (Em Inglês)
* Stephen Edwin King
* Stephen Fry
* Stephen Girard (Em Inglês)
* Stephen Hawking
* Stephen Jay Gould
* Stephen Massicotte (Em Inglês)
* Stephen Merchant
* Steve Albini[carece de fontes?]
* Steve Allen
* Steve Jobs[43]
* Steve Jones (biólogo)
* Steve Wozniak
* Steven Pinker
* Steven Rose (Em Inglês)
* Steven Soderbergh
* Steven Weinberg
* Stevo Žigon (Em Inglês)
* Stian Arnesen
* Stieg Larsson
* Subcomandante Marcos
* Subhashini Ali (Em Inglês)
* Subodh Banarjee (Em Inglês)
* Subrahmanyan Chandrasekhar
* Sue Townsend
* Sunand Tryambak Joshi (Em Inglês)
* Susan B. Anthony
* Susan Blackmore
* Susan Greenfield
* Susan Jacoby (Em Inglês)
* Sushilkumar Shinde (Em Inglês)
* Suzana Herculano-Houzel[44]
* Svetozar Marković (Em Inglês)
* Svyatoslav Loginov (Em Inglês)
* Swami Agnivesh (Em Inglês)
* Swaminathan Aiyar (Em Inglês)
* Sylvain Maréchal
T
Tariq Ali escritor e ativista paquistanês
Terry Pratchett, escritor britânico.
Theo van Gogh, cineasta neerlandês
Thomas Edison inventor e empresário estadunidense

* Tadeusz Iwiński
* Tage Danielsson (Em Inglês)
* Tariq Ali[45]
* Taslima Nasrin (Em Inglês)
* Ted Willis, Barão (Em Inglês)
* Teodoro ,O Ateu (Em Inglês)
* Terence Davies (Em Inglês)
* Terenci Moix (Em Inglês)
* Terry Eagleton
* Terry Lane (Em Inglês)
* Terry Pratchett
* Terry Sanderson (Em Inglês)
* Terry Wogan (Em Inglês)
* The Exploited
* Theo van Gogh (cineasta)
* Theodor Adorno
* Theodor Herzl
* Theodore Dalrymple
* Theodore Drange (Em Inglês)
* Theodore Sturgeon
* Thiago Xavier[carece de fontes?]
* Thomas A. Jackson (Em Inglês)
* Thomas Alva Edison
* Thomas Carlyle
* Thomas Henry Huxley
* Thomas Jefferson Hogg (Em Inglês)
* Thomas Michael Disch (Em Inglês)
* Thomas Szasz
* Thomas W. Flynn (Em Inglês)
* Thor Heyerdahl
* Thorstein Veblen
* Tiffany Thayer (Em Inglês)
* Till Lindemann
* Tim Berra (Em Inglês)
* Tim Minchin
* Timo Airaksinen (Em Inglês)
* Todd McFarlane
* Todd Solondz (Em Inglês)
* Tom Humphries (Em Inglês)
* Tom Lehrer
* Tom Leykis (Em Inglês)
* Tom Wolfe
* Tomás Garrido Canabal (Em Espanhol)
* Toni Bentley
* Tony Bellotto[46]
* Tony Hancock (Em Inglês)
* Tony Harrison (Em Inglês)
* Tony Parker
* Tracey Thorn
* Trent Reznor
* Turan Dursun (Em Inglês)
* Ture Nerman (Em Inglês)
U
Uma Thurman atriz estadunidense

* U Dhammaloka (Em Inglês)
* Uma Thurman
* Umberto Eco [16]
* Umberto Veronesi (Em Inglês)
* Uri Avnery
* Ute Lemper

V
Voltairine de Cleyre, ativista anarquista estadunidense.

* V. S. Achuthanandan (Em Inglês)
* Vardis Fisher (Em Inglês)
* Vaso Čubrilović (Em Inglês)
* Veselin Đuranović (Em Inglês)
* Veton Surroi (Em Inglês)
* Vic Chesnutt
* Victor Frederick Weisskopf (Em Inglês)
* Victor J. Stenger (Em Inglês)
* Viktor Grigoryevich Afanasyev (Em Inglês)
* Viktor Lennstrand (Em Inglês)
* Viktor Sergeyevich Boyko (Em Inglês)
* Vinayak Damodar Savarkar
* Vincent Auriol
* Vincent Hallinan (Em Inglês)
* Vinicius de Moraes
* Violet Milner, Viscondessa (Em Inglês)
* Vitaly Ginzburg
* Vitomil Zupan (Em Inglês)
* Vladimir Ivashko
* Vladimir Lenin
* Vladimir Tendryakov (Em Inglês)
* Voltairine de Cleyre
* Vyacheslav Molotov
W
William Bradford Shockley, Nobel de Física e inventor do transístor.
W. Somerset Maugham, romancista e dramaturgo britânico.
Woody Allen[9], ator, roteirista e diretor de cinema americano.

* W. C. Fields
* Waldemar Januszczak (Em Inglês)
* Walter Block
* Walter Crane
* Walter Ulbricht
* Warren Allen Smith (Em Inglês)
* Warren Buffett
* Warren Mitchell (Em Inglês)
* Wayne Coyne
* Wayne Static (Em Inglês)
* Wendy Turner Webster (Em Inglês)
* Wil Anderson (Em Inglês)
* Wilfrid Scawen Blunt (Em Inglês)
* Wilhelm Pieck
* Wilhelm Reich
* Will Wright
* Will Wyatt (Em Inglês)
* William B. Davis (Em Inglês)
* William Bateson
* William Boyd (escritor) (Em Inglês)
* William Bradford Shockley
* William Cooper (novelista) (Em Inglês)
* William Crawford Anderson (Em Inglês)
* William Douglas, Barão Douglas de Kirtleside (Em Inglês)
* William Golding
* William Grey Walter
* William Haley
* William James Sidis
* William Kingdon Clifford (Em Inglês)
* William Lewis Moore (Em Inglês)
* William Liley (Em Inglês)
* William Montgomery Brown (Em Inglês)
* William Somerset Maugham
* William Thompson (filósofo)
* William Trenwith (Em Inglês)
* Witold Gombrowicz
* Woody Allen[9]
* Władysław Gomułka
* Włodzimierz Cimoszewicz (Em Inglês)
* Wynford Vaughan-Thomas (Em Inglês)
X

* Xenófanes
* Xuan Thuy (Em Inglês)
Y

* Yaakov Malkin (Em Inglês)
* Yaron Brook (Em Inglês)
* Yemelyan Yaroslavsky (Em Inglês)
* Yip Harburg (Em Inglês)
* Yuval Ne'eman (Em Inglês)
Z
Zac Efron, ator de High School Musical (agnóstico)

* Zac Efron[9]
* Zackie Achmat (Em Inglês)
* Zbigniew Religa (Em Inglês)
* Zeth Höglund
* Zhores Alferov
* Ziad_Rahbani (Em Inglês)
* Ziraldo
* Zoë Heller (Em Inglês)
* Zoran Janković (empresário) (Em Inglês)
* Zoran_Thaler (Em Inglês)
* Zoya Akhtar (Em Inglês)